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PODCAST CORREIO RURAL Rally da Safra estima produção de milho segunda safra em 100,5 milhões de toneladas Este ano, todos os estados apresentaram menor população de plantas e número de espigas viáveis, atribuídos à redução de investimentos em fertilizantes e sementes, e à presença de cigarrinhas 8 JUL 2024 • POR Bruno Blecher / edição podcast Denis Felipe • 05h00
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A Agroconsulta, responsável pelo Rally da Safra, divulgou suas estimativas para a segunda safra de milho 2023-2024. A área plantada foi projetada em 16,7 milhões de hectares, com uma produtividade de 100,6 sacas por hectare. A produção estimada é de 100,5 milhões de toneladas, representando uma queda de 10% em relação à safra anterior.

Redução nos Custos de Produção

André de Bastiani, coordenador do Rally da Safra, destacou que, apesar do cenário econômico desafiador, a redução na área plantada não foi tão acentuada quanto o esperado. A antecipação do ciclo da soja favoreceu a janela de plantio, especialmente nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Goiás, onde o plantio foi o mais adiantado desde 2018-2019.

Além disso, Bastiani mencionou que houve uma redução nos custos de produção, especialmente no final do ano passado até março, incentivando os produtores a plantarem mais. A Agroconsulta estima uma redução de 49% na área plantada em comparação com a safra anterior, com análises baseadas em imagens de satélite.

Desafios para o Escoamento

O Brasil deve produzir mais de 100 milhões de toneladas de milho segunda safra pela segunda vez na história. Somando-se à safra de verão, a produção total ultrapassa 126,5 milhões de toneladas.

Apesar de ser 15,3 milhões de toneladas menor que a anterior, ainda representa um volume significativo, apresentando desafios para o escoamento em um ano de comercialização atrasada.

O Rally da Safra coleta diversas variáveis que compõem a produtividade, como população de plantas, número e tamanho de espigas, peso de grãos e condição fitossanitária das lavouras.

Este ano, todos os estados apresentaram menor população de plantas e número de espigas viáveis, atribuídos à redução de investimentos em fertilizantes e sementes, e à presença de cigarrinhas.

Entretanto, a precocidade do plantio e o bom regime de chuvas em abril e maio aumentaram o peso dos grãos, especialmente no Médio Norte de Mato Grosso e Sudoeste de Goiás.

No Mato Grosso, a produtividade deve atingir 118,2 sacas por hectare, 16% abaixo da safra recorde do ano passado. Goiás, com 119,4 sacas por hectare, registra um novo recorde, 19% superior à safra passada.

Mato Grosso do Sul e Paraná sofreram com estiagens, resultando em quedas de produtividade. No sul de Mato Grosso do Sul, a produtividade varia de 20 a 120 sacas por hectare.

A estimativa para a região é de 72,6 sacas por hectare, 25% inferior à safra anterior. No Paraná, a produtividade média é projetada em 91,5 sacas por hectare, 6,7% menor que a safra anterior.

No Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o plantio tardio apresentou bons resultados. A projeção é de 85,7 sacas por hectare, 6% maior que a safra 2022-2023, puxada pelo desempenho do Tocantins.

São Paulo, por sua vez, sofreu com a irregularidade e baixos volumes de chuva desde janeiro, resultando na menor produtividade do país, com 66,8 sacas por hectare, 25% inferior à safra anterior