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Rio Grande do Sul RS inaugura primeira cidade provisória para desabrigados das enchentes Centro Humanitário de Acolhimento (CHA), denominado Recomeço, foi aberto pelo governo gaúcho no pátio da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) da Petrobras, em Canoas 4 JUL 2024 • POR Da Redação • 20h00
Cidade provisória no Rio Grande do Sul   Divulgação

A primeira cidade provisória destinada às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul foi inaugurada nesta quinta-feira (4) em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. O Centro Humanitário de Acolhimento (CHA), denominado Recomeço, foi aberto pelo governo gaúcho no pátio da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) da Petrobras.

O espaço começou a receber os primeiros moradores, principalmente do próprio município de Canoas, um dos mais afetados pelas cheias. A capacidade máxima de 630 pessoas deve ser alcançada até o dia 15. A composição familiar foi considerada para receber as primeiras famílias, priorizando idosos, gestantes, pessoas com deficiência (PCDs) e pessoas com transtorno do espectro autista (TEA).

O CHA conta com 126 casas modulares instaladas em uma área de 30 mil metros quadrados, próxima à estação do Trensurb. As estruturas são simples e seguem o padrão da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados, similar aos alojamentos erguidos em Roraima durante a crise de imigração venezuelana.

Cada casa tem 17 m² e pode abrigar até cinco pessoas, oferecendo camas de casal, beliches, e berços conforme a necessidade de cada família. A gestão do espaço será feita pela Agência da ONU para as Migrações (OIM), com a alimentação a cargo de uma empresa contratada pela agência, servida em um refeitório coletivo com capacidade para 450 pessoas.

A iniciativa é coordenada pelo vice-governador Gabriel de Souza (MDB) e faz parte do Plano Rio Grande, um conjunto de ações estaduais para mitigar os danos das chuvas e enchentes. A instalação das casas começou em 17 de junho, financiada pelo sistema Fecomércio/Sesc/Senac. As casas modulares foram doadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e montadas com o auxílio do Exército.

A área de higiene inclui 28 contêineres com banheiros, oferecendo 76 sanitários comuns, 15 para PCDs, 54 chuveiros, e seis deles adaptados para PCDs. Segundo o governo do estado, a média de um banheiro para cada sete pessoas é superior à recomendação da OIM, que é de um para 20. O espaço também possui berçário, fraldário e cadeiras de amamentação.

A lavanderia conta com oito máquinas de lavar, oito de secar e um espaço com varais coletivos. A segurança será garantida pela Brigada Militar do RS, que terá um posto fixo, e pela Secretaria de Segurança Pública de Canoas, que gerenciará as câmeras de circuito interno.

Dois consultórios médicos foram montados, um para atendimento e outro para recuperação, com equipes de saúde e assistência social municipal e estadual. O governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou durante a inauguração que, apesar de ainda não ser o cenário ideal, o centro humanitário representa "mais um passo" para reduzir o número de desabrigados no estado, atualmente cerca de 6.000 pessoas.

Os próximos quatro CHAs serão instalados em Porto Alegre, no Centro Vida, no estacionamento do Porto Seco e no Centro de Eventos Ervino Besson, além do Centro Olímpico Municipal (COM) de Canoas. A previsão é que esses centros acolham cerca de 3.700 pessoas.

*Com informações de Folhapress

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