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mais pedágio Estado dá mais um passo para privatizar 870 km de rodovias Antes da concessão, porém, devem ser investidos alguns bilhões de reais para melhorar as condições de tráfego nas três rodovias 5 JUL 2024 • POR Neri Kaspary • 14h31
Nesta quinta-feira (04) foi aprovado o projeto de concessão de duas rodovias federais e de uma estadual  

Com a promessa de atrair investimentos da ordem de R$ 9 bilhões ao longo de 30 anos, o projeto para privatizar 870 quilômetros de rodovias do chamado vale da celulose em Mato Grosso do Sul deu mais um passo nesta semana. O Conselho Gestor de Parcerias aprovou nesta quinta-feira (4), durante a 30ª reunião do grupo, o projeto de concessão coordenado pelo EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas).

Porém, antes da entrega das rodovias à iniciativa privada, elas devem receber investimentos públicos bilionários. O Estado já tem garantidos R$ 2,3 bilhões do BNDES e promete investir outros R$ 7,5 bilhões em infraestrutura  rodoviária até o fim de 2026.  

Entre as rodovias que fazem parte do pacote estão as BRs 262 (330 km), entre Campo Grande e Três Lagoas, e a 267, de Nova Alvorada do Sul até a divisa com São Paulo, em Bataguassu. Juntas, somam em torno de 550 quilômetros e antes de serem privatizadas terão de ser “estadualizadas”. 

Além disso, a pretensão é privatizar os 320 quilômetros da MS-040, de Campo Grande a Bataguassu, passando por Santa Rita do Pardo. Depois desta cidade a rodovia passa a ser denominada de MS-338 e MS-395. Somente na recuperação e melhorias deste percurso estão previstos investimentos públicos da ordem de R$ 500 milhões antes da concessão. 

LONGE DA CELULOSE

Estas concessões estão sendo preparadas para dar conta do aumento do tráfego no chamado vale da celulose, embora o volume de áreas com eucaliptos ao longo da 267 e da 040 seja insignificante atualmente. 

O estudo aprovado nesta quinta-feira, segundo a assessoria do governo estadual,  “considerou a instalação de indústrias de celulose e o aumento de fluxo de veículos projetado para os próximos anos pela expansão da região leste, formando a Rota da Celulose. O sistema rodoviário a ser concedido inclui os principais corredores que ligam a capital ao Sudeste do país, passando por nove municípios sul-mato-grossenses”.

Atualmente existem em torno de 1,5 milhão de hectares de eucaliptos no Estado, mas em torno de 80% disso está ao norte da BR-262 e praticmente toda a celulose está sendo despachada pela ferronorte, que passa em municípios como Chapadão do Sul,  Cassilândi, Inocência e Aparecida do Taboado, na região nordeste de Mato Grosso do Sul.

O Escritório de Parcerias Estratégicas, responsável pela estruturação dos projetos de concessões do Estado, manteve o modelo de delegação de trechos das rodovias federais, adotado no projeto anterior, para compor o lote das rodovias estaduais.

Nas melhorias da malha viária estão previstas duplicações de alguns trechos, construção de acostamentos, terceiras faixas, passagens subterrâneas para animais silvestres, entre outras. 

O projeto atende às diretrizes do programa Estrada Viva, do Governo do Estado, para preservação da fauna silvestre. Entre eles, a implantação de dispositivos de prevenção de acidentes como passagens de fauna, tela condutora, placas de alerta e lúdicas, controladores de velocidade e manejo de animais silvestres atropelados, bem como do serviço de Resgate e Reabilitação de Fauna e ações de educação ambiental de usuários e comunidade em geral.

SEGUNDO PACOTE

Em março do ano passado o Governo do Estado assinou contrato de concessão de 412 quiômetros de três trechos de rodovias estaduais. A principal delas foi a MS-112, além de trechos da BR-158 e BR-436. O vencedor do certame foi o Grupo Way, que já explorava o serviço na MS-306, entre Cassilândia e Chapadão do Sul.

Sem previsão de duplicação de nenhum dos trechos, as rodovias receberam seis praças de pedágio, cinco com cobrança de R$ 12,32 e mais um de R$ 4. 

Todas estão na região nordeste do Estado, onde as plantações de eucaliptos estão em franca expansão. A chilena Arauco, que promete investir até R$ 28 bilhões em uma fábrica de celulose em Inocência, deve ampliar sua área de plantações de eucaliptos em cerca de 400 mil hectares nesta regiãoç.