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OPERAÇÃO PANTANAL

Brigadistas utilizam água do Rio Paraguai para combater incêndios no Pantanal

Piscina foi montada no bioma para armazenar a água retirada do rio que é usada no abastecimento de bombas costais

6 JUL 2024 • POR Judson Marinho • 15h30
Brigadistas em meio ao combate de incêndios no Pantanal reabastecem as bombas costais com água do Rio Paraguai   Foto: Divulgação / IBAMA

Além do combate aéreo dos incêndios no pantanal sul-mato-grossense, brigadistas que trabalham no solo utilizando a água do Rio Paraguai para apagar o fogo no bioma.

Centenas de brigadistas do Prevfogo/Ibama trabalham em terra no combate por meio de bombas costais, cada brigadista carrega 20 litros de água nas costas. Com piscinas montadas em meio ao Pantanal, as àguias do rio Paraguai servem como abastecimento destas bombas, garantindo o trabalho das equipes que apagam as chamas na região de Corumbá.

De acordo com o Ibama, a retirada da água ocorre de duas formas: uma carregando galões de água do rio que são levados por veículos. A outra forma é colocando longas mangueiras que, por meio de um motor, levam a água do rio até as piscinas no meio do Pantanal.

Segundo o Governo do Estado o panorama no bioma segue repleto de dificuldades, principalmente pela condição climática adversa após uma semana em que o tempo foi favorável com aumento de umidade e redução do calor.

Os fortes ventos, que mudam de direção rapidamente, têm dificultado significativamente as operações. As rajadas superiores a 30 km/h contribuem para a reignição de chamas em áreas já afetadas.

De acordo com a Nota Técnica do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ, todos os focos de calor no bioma em maio e junho foram causados por ação humana. Não há registros de incêndios causados por raios no período. Cerca de 85% dos focos de incêndio no bioma estão localizados em áreas privadas.

NÍVEL DOS RIOS

O nível dos rios da bacia do Paraguai já está abaixo da média histórica e vem caindo rapidamente em alguns pontos nos últimos dias, como efeito da escassez de chuvas que afeta, sobretudo, a região Pantaneira.

O principal rio da bacia, o Paraguai, pode ter sua navegabilidade comprometida se as águas continuarem baixando. Outros rios, como o Miranda e o Aquidauana também já sentem o efeito da estiagem prolongada.

Conforme informações do Governo do Estado, os piores níveis do rio Paraguai nessa sexta-feira foram registrados na estação de Porto Esperança naquele ponto está com apenas 3% em relação à média histórica; Ladário, que também apresenta situação muito ruim, com 22% do esperado; e Porto Murtinho, com 37%. O rio Miranda, em Miranda, apresenta apenas 38% do volume de água esperado para o período. 

SAIBA

O uso de fogo no Pantanal está proibido até o fim do ano, e quem descumprir a lei poderá ser punido com multa, apreensão de bens e prisão.