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MEMÓRIA DESENHADA "Resquícios do tempo" Conhecida como Syunoi, artista visual Sara Welter lança cartilha com desenhos de lugares históricos de Campo Grande; publicação está sendo distribuída em escolas e espaços culturais e turísticos da Capital 8 JUL 2024 • POR Da Redação • 10h00
Syunoi, artista visual Sara Welter lança cartilha com desenhos de lugares históricos da capital   Foto: Ana Laura Menegat / Divulgação

Em uma iniciativa para resgatar e preservar a história da capital sul-mato-grossense, a artista visual Sara Welter, mais conhecida como Syunoi, idealizou o projeto “Resquícios do Tempo: Redescobrindo Campo Grande”. No mês passado, ela lançou uma cartilha educativa ilustrada em formato de fanzine com desenhos e a história de dez locais históricos da Cidade Morena.

Esse projeto visa promover o conhecimento dos locais históricos e prédios abandonados da cidade entre estudantes e professores, com foco na Rede Municipal de Ensino (Reme). A cartilha não apenas destaca a importância de preservar o patrimônio histórico cultural, mas também fortalece o senso de pertencimento à cidade.

A ideia para “Resquícios do Tempo” surgiu de um projeto pessoal de Syunoi realizado em 2021, que retratou prédios históricos de Campo Grande por meio de uma série de desenhos.

Essa obra, também intitulada “Resquícios do Tempo”, foi selecionada para exposição no Museu de Arte Contemporânea (Marco) durante o Segundo Festival Campão Cultural, inspirando a criação da cartilha para democratizar o acesso a essas informações históricas.

IDENTIDADE COLETIVA

“A importância de preservarmos a memória de lugares e patrimônios históricos nos permite entender sobre o nosso passado e valorizar nossa identidade coletiva, porque, assim, entendemos que esses lugares contam a história de um povo, uma nação ou cidade, e isso nos faz ter conhecimento que esses bens culturais constroem quem somos e criamos um senso coletivo para conservarmos essa memória para o futuro”, explica a artista.

ROTEIRO

O principal objetivo do projeto é educar e conscientizar estudantes sobre a história de Campo Grande, destacando a importância de preservar e valorizar os locais históricos e prédios abandonados como parte integrante da identidade da Capital.

A cartilha conta com 16 páginas e inclui informações detalhadas sobre dez locais históricos: Edifício José Abrão, Casa Glória, Casarão, Primeira Escola, Igreja São Benedito, Morada dos Baís, Aldeia Marçal de Souza, Árvores Centenárias, Rotunda Ferroviária e Hotel Gaspar.

“A estrutura da cartilha ‘Resquícios do Tempo’ será dividida em quatro partes e 16 páginas: a primeira parte é uma breve apresentação do conteúdo da cartilha; a segunda parte é uma página explicando a importância do patrimônio histórico; a terceira parte são as ilustrações e os desenhos dos dez lugares históricos com os minitextos explicativos; e a quarta parte é sobre a ficha técnica dos desenhos e a equipe do projeto”, detalha Syunoi.

OFICINA

Para envolver a comunidade escolar, o projeto inclui a realização de oficinas artísticas baseadas na cartilha. Três oficinas são voltadas para estudantes, incentivando a criatividade por meio de colagens, desenhos ao ar livre, lambe-lambe e murais em grupo.

Uma oficina de capacitação on-line é voltada aos professores, explicando a importância dos patrimônios históricos e como integrá-los nas aulas. Adicionalmente, duas palestras são conduzidas em centros de atendimento a deficientes auditivos, beneficiando mais de 50 alunos.

Quem ministra as oficinas com Syunoi é o artista visual Victor Macaulin. Ele faz uma aula prática com trabalhos realizados em papel e tem como proposta utilizar tintas naturais na pintura.

“Vou fazer um breve contexto da utilização das tintas naturais e, depois, a confecção dessas tintas, como produzir a aplicação dela, para que os alunos possam produzir o trabalho deles relacionado ao tema, que é memória em relação ao local onde vivem. Será um trabalho prático em que farão pinturas no papel com os pigmentos naturais ou desenho com carvão também. Depois, esses trabalhos serão colados para compor um mural”, pontua.

Para Syunoi, essas oficinas servem para entender como cada aluno se conecta com os lugares históricos de Campo Grande.

“Também vamos entender como cada um representa um lugar importante para si, seja um ponto histórico ou local de seu bairro. Esse exercício ajudará cada um a compreender seu espaço na cidade e a escolher um lugar que considerem importante para eternizar por meio do desenho”, reflete.

Juntamente às oficinas, os artistas começaram a distribuição das cartilhas. Um montante é destinado às escolas e outro para pontos culturais e turísticos, instituições de educação, bibliotecas e instituições para pessoas com deficiência, já que existe a versão em braile.

“Também estaremos espalhando cartazes pela cidade com o QR Code com acesso à versão digital da cartilha”, revela.

O projeto “Resquícios do Tempo: Redescobrindo Campo Grande” conta com financiamento da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, via edital municipal da Secretaria de Cultura e Turismo de Campo Grande (Sectur), instituição vinculada à Prefeitura de Campo Grande.

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