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TEMPERATURA FATAL

Frio congelante de -4°C mata morador de rua em Campo Grande

Um homem, ainda não identificado, foi encontrado morto no Bairro Moreninhas, na capital sul-mato-grossense; principal suspeito é a noite mais fria do ano, registrado na noite deste sábado (12)

13 JUL 2024 • POR Felipe Machado • 13h30
Frio mata morador de rua, ainda não identificado, em Campo Grande   Foto: Arquivo/ Correio do Estado

Um homem, ainda não identificado, que vive em situação de rua, foi encontrado morto no Bairro Moreninhas, em Campo Grande. A principal suspeita seria o frio intenso que atingiu a capital sul-mato-grossense na noite deste sábado (12), do qual, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi registrada sensação térmica de -4,1°C.

De acordo com informações iniciais, o homem deve ter por volta dos 60 anos de idade e estava instalado no fundo de uma oficina, do qual ele já era acostumado a passar as noites naquele local. O proprietário do estabelecimento, de 53 anos, afirmou ter chegado à mecânica às 6h30 e viu o morador de rua deitado, mas pensou que ele estava dormindo e acabou não percebendo que o homem havia morrido.

Após algumas tentativas de chamá-lo, o dono percebeu que o rapaz estava desacordado e ligou para a Polícia. Os bombeiros chegaram primeiro ao local e constataram que o homem estava sem vida. Após a confirmação da morte, os policiais e agentes periciais também chegaram ao estabelecimento. 

Até a publicação desta reportagem, não houve a identificação do nome e idade do morador de rua, muito menos a confirmação a causa da morte do homem, mesmo com essa forte suspeita do frio tê-lo matado.

Frio assassino e fatal

Durante a noite e madrugada desta sexta-feira (12) e sábado (13), Campo Grande registrou as temperaturas mais baixas do ano. Segundo o Inmet, a capital marcou 9,4°C próximo à meia-noite. 

Porém, com uma alta velocidade dos ventos, a sensação térmica chegou a marcar -4,1°C. A sensação negativa, de acordo com o instituto, perdurou das 22h de sexta até às 02h de sábado.

Durante a madrugada, próximo ao amanhecer, CG registrou 9°C, a menor temperatura dessa onda de frio e, com o auxílio das rajadas de vento de 33km/h, a sensação térmica foi de 5°C. Segundo o Governo Federal, muitos cuidados devem ser realizados durante as baixas temperaturas, sendo eles:

Hidrate-se bem: Embora menos perceptível no frio, a desidratação ainda pode ocorrer durante o período de baixas temperaturas. É aconselhável beber bastante água e evitar bebidas alcoólicas, que podem aumentar a perda de calor corporal; Agasalhe-se: Para reter o calor corporal, é recomendável se vestir em camadas para se proteger das baixas temperaturas. Use roupas térmicas, casacos, luvas, gorros e cachecóis para resguardar as extremidades, que perdem calor mais rapidamente; Cuidados com a pele: O forte frio pode causar ressecamento da pele. É recomendável utilizar hidratantes para evitar rachaduras e irritações; Cuidados com aquecedores: Ao utilizar aquecedores, certifique-se de que estejam em boas condições e mantenha uma ventilação adequada para evitar intoxicação por monóxido de carbono; Proteção dos pés e extremidades: Use calçados impermeáveis e meias de lã para manter os pés secos e quentes, prevenindo frieiras e hipotermia; Faça atividades físicas em casa: Se possível, faça exercícios leves em casa para manter a circulação e a temperatura corporal; Evite sair de casa sem necessidade: Limite as atividades ao ar livre durante os períodos mais frios, especialmente para os grupos mais vulneráveis; Moradores de rua

Segundo dados do Cadastro Único de Mato Grosso do Sul, apresentados em janeiro deste ano, o estado tem 1.545 mil moradores de rua, o triplo do que tinha há sete anos, em 2017, quando o MS registrou 498 pessoas em situação de rua.

Ainda de acordo com o CadÚnico, desses quase 1,6 mil moradores de rua que vivem no estado pantaneiro, as maiores concentrações estão em Campo Grande, com 891, Dourados em seguida com 184 e, na terceira posição, Três Lagoas com 149. 

Além dos problemas familiares e financeiros, a pandemia da covid-19 também contribuiu para o aumento desses números, já que muitos passaram a estar desempregados ou, infelizmente, não suportaram a morte de parentes ou amigos pela doença.

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