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ARTIGOS Estupidez humana 17 JUL 2024 • POR Antonio Carlos Siufi Hindo - Promotor de Justiça aposentado • 07h30

O cientista Albert Einstein quando questionado por uma de suas alunas sobre dois temas que não conseguiram vencer sua inteligência privilegiada, sentenciou: o primeiro, disse, está a se relacionar com a grandeza do universo. Algo que nenhum ser humano poderá compreender em razão da supremacia do seu Criador. O outro, a estupidez humana. Essa beleza de resposta que nasceram dos lábios do cientista resulta forrado de verdades indiscutíveis pelas próprias circunstancias em que evidenciou seu propósito. 

No último dia 8 de julho, na zona leste da capital paulista fomos surpreendidos com mais uma dessas ações monstruosas. Um jovem trabalhador de 26 anos de idade conduzindo um ônibus de transporte coletivo foi morto com um tiro na sua cabeça por um usuário daquele coletivo porque o motorista não parou no local solicitado quando estava apenas a vinte metros do ponto final do trajeto e o final daquela jornada de trabalho. Um ato covarde. A estupidez evidente.

A vítima não pode voltar para o seu lar, abraçar sua mulher, beijar seus filhos e ter o seu descanso santo. Esse é apenas um dentre outros tantos espetáculos que poderiam ser trazidos à baila e que enfeiam o nosso país como nação civilizada.  Mas esses episódios, não são praticados apenas pelos seres humanos comuns do povo. 

As autoridades constituídas que possuem poder de decisão sobre o nosso território físico marcham na mesma na direção na mesma intensidade e sem nenhuma vertente de sobriedade. A liberação da maconha ainda que na quantidade mínima pela nossa Justiça resulta em algo que não resultava imprescindível para o enfrentamento das grandes questões nacionais. Seu desfecho é próprio das novelas de horror. Isso acontece porque parte importante do nosso parlamento não cumpre  com as suas obrigações de legislar. 

Essas omissões formatam uma provocação sem limites para a nação. Mas essas atrocidades travestidas de estupidez humana  não param por aí. Agora com o intuito de forrar as burras do cofre público avançam com a liberação dos cassinos e jogos de azar na ânsia de arrecadar e para levar de vez o pobre do ser humano para o abismo. Jogo não dá pão para ninguém. Só o trabalho honesto e digno respaldam essa grandeza sem limites. A discussão sobre o aborto e o marco temporal são os outros grandes tormentos.

Não conseguem fazer descansar a consciência do homem comum. Nessa marcha sem fim temos agora o atentado covarde que quase roubou a vida de um aspirante à Casa Branca, na disputa eleitoral do próximo mês de novembro. Algo surpreendente, mas previsível, máxime quando se pode apontar possível falha do serviço secreto americano que desdenhou de populares que alertaram sobre o jovem de apenas 20 anos de idade sobre o telhado de um galpão, a aproximadamente 100 metros de onde discursava o político. 

Esses espetáculos macularam mais uma vez a história bonita construída pelos americanos como luminares do mundo civilizado. Uma fala mal colocada pelo mandatário da nação e publicada pelo portal Uol nesta terça feira, 16, pode ter provocado o desfecho que poderia enlutar o mundo ao dizer: “ Temos que colocar Trump no alvo “.

Frase infeliz, audácia, sem fim. Para os imbecis a senha foi dada como uma ordem recheada de santidade. Agora não há espaço para pedidos de desculpas. O mal já foi produzido. Deixou marcas indeléveis. Ressaltou a importância do cuidado com as palavras escritas e sobretudo  daquelas produzidas pela oralidade e o improviso. 

Essa é a vertente maior que desnuda a estupidez humana que alcançou o mundo, denunciou mais um espetáculo de horror e manchou uma campanha eleitoral, que ainda não começou e cujos desdobramentos resultam imprevisíveis.