Depois de reportagens do Correio do Estado mostrando que a primeira etapa da obra do novo acesso da região central de Campo Grande às Moreninhas está praticamente pronta e a nova avenida acaba no meio de uma pastagem, os secretários de obras da prefeitura de Campo Grande e do Governo do Estado se reuniram nesta quinta-feira (25) e agora prometem destravar o início da segunda etapa.
E, depois do encontro entre os dois secretários, a prefeitura enviou nota nesta sexta-feira (26) dizendo que a “Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) informa que o governo do Estado confirmou nessa quinta-feira (25) que autorizou a licitação da segunda etapa do projeto de criação do novo acesso às Moreninhas. A informação foi repassada ao secretário Marcelo Miglioli, durante reunião com o secretário estadual de Infraestrutura e Logística (Seilog), Hélio Peluffo”.
A nota, porém, não fala sobre possíveis datas para a abertura da licitação ou para o início das obras desta segunda etapa. Licitação para esta parte do projeto chegou a ser anunciada pela Agesul, do Governo do Estado, em janeiro do ano passado, mas não evoluiu.
Na mesma nota a prefeitura também fala sobre as desapropriações, mas não faz menção a respeito de uma possível data para o pagamento das indenizações que já foram acordadas com os moradores da região do bairro Itamaracá. E, por conta deste atraso, já tem proprietário recorrendo à Justiça para tentar receber.
“Para a execução da obra é necessária a desapropriação de 52 imóveis. O decreto já foi publicado e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana já realizou os serviços técnicos como laudo de avaliação, mapas e memorial descritivo, e a Procuradoria-Geral do Município a questão técnico-jurídico. A Sisep ressalta que o projeto já está em andamento com o cronograma seguindo a sua normalidade.”
Esse decreto de desapropriação ao qual se refere a nota saiu ainda em janeiro do ano passado. Depois disso, boa parte dos proprietários aceitou o valor oferecido pela prefeitura e até passou a escritura ao município.
O problema, porém, é que as indenizações, que juntas somam quase R$ 10,5 milhões, não foram depositadas. O Governo do Estado assumiu o compromisso para bancar este custo, mas até agora não havia sido acionado pela prefeitura para que os repasses fossem feitos.
Por conta disso, os moradores se recusam a deixar seus imóveis e a segunda etapa da avenida não saiu do papel e continua sem data para tenha início.
Nessa segunda etapa serão executadas obras de drenagem, pavimentação, construção de ponte e ciclovia, no trecho entre a Avenida Alto da Serra (Moreninhas) e a Rua Salomão Abdala (Itamaracá), criando assim um novo acesso das Moreninhas à Avenida Guaicurus, de onde é possível chegar à região central pela Avenida Rita Vieira.
A previsão inicial é de que sejam necessários R$ 32 milhões para esta nova etapa. Na primeira fase estão sendo investidos R$ 41,3 milhões. Tudo está sendo custeado pela administração estadual.
A primeira fase está praticamente pronta, inclusive com o tráfego liberado. Faltam os trevos de acesso na avenida Guri Marques, ciclovia, parte do passeio público, sinalização e a última camada de asfalto em uma rotatória próximo ao final da avenida Alto da Serra. Conforme a Agesul, oficialmente 76% do projeto está concluído.
O problema é que, por enquanto, a nova avenida está ligando os moradores da região das Moreninhas somente a uma pastagem fechada por uma cerca de arame na qual está afixada uma placa informando que é proibido pescar, nadar, caçar, desmatar, jogar lixo e fazer fogo.