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COMBATE Oito focos continuam ativos devido às intensas mudanças climáticas no Pantanal Com umidade entre 10% e 30% e temperatura média de 35ºC, os incêndios florestais no bioma voltaram e, nesta quinta-feira (1º), quase 60 mil hectares foram queimados 2 AGO 2024 • POR Felipe Machado • 11h30
Queimadas voltaram e, somente nesta quinta-feira (1º), 60 mil hectares foram desvastados   Foto: Saul Schramm / Segov

Segundo boletim diário divulgado nesta sexta-feira (02), os incêndios florestais no Pantanal realmente se intensificaram nos últimos dias, devido às mudanças climáticas na região, e oito focos continuam ativos. Ainda, somente nesta quinta-feira (1º), o bioma teve uma área de 60 mil hectares queimados, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa-UFRJ).

De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Mato Grosso do Sul (Cemtec), a região apresenta umidade entre 10% e 30% e temperatura média de 35ºC, o que facilita a propagação das queimadas no bioma pantaneiro. Ademais, a previsão é que os focos continuem ativos pelos próximos dois meses (agosto e setembro).

“Entre agosto e setembro ocorrem os maiores incêndios florestais e as condições previstas são favoráveis para o fogo. Até outubro a região pantaneira e sudoeste está em alerta e as demais em atenção e observação”, reforçou a meteorologista Valesca Fernandes, coordenadora do Cemtec.

No informativo de hoje da Operação Pantanal, foi divulgado que os militares estão concentrados nas áreas próximas da fazenda Tupaceretã e Porto do Ciríaco – na região da Nhecolândia –, região do Abobral, Rio Verde, divisa do Estado com a Bolívia, Porto da Manga, Albuquerque e área de adestramento do Rabicho.

Ainda, os dois principais focos, que estão localizados na região da Nhecolândia e na fronteira com a Bolívia, estão mobilizando 34 bombeiros, devido à gravidade da situação na região. Além disso, ambas as zonas são de difícil acesso e o clima adverso também prejudica o trabalho dos militares. 

“Nós estamos na região de Aquidauana, para traçar algumas estratégias e auxiliar as equipes em campo. As condições climáticas deram uma piorada, as rajadas de vento estão bastante altas na região fazendo com que o fogo avance”, disse José Carlos Herculano, tenente do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS).

Segundo o Lasa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, somente nesta quinta-feira, o bioma teve uma área de 59,4 mil hectares queimados, o pior dia do ano para o Pantanal. Ao todo, a floresta teve 758 mil hectares devastados em 2024, cerca de 7,78% da extensão total do bioma.

Ajuda sergipana e do clima

Nesta quinta-feira (1º), o governo anunciou, durante live da “Operação Pantanal”, com o boletim semanal de informações da ação, que o Pantanal vai receber 13 bombeiros de Sergipe, a partir da próxima semana (07). Além destes, outros 607 bombeiros, 279 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e 79 militares da Força Nacional têm ajudado no combate aos incêndios.

“Estamos recebendo reforços de corporações e da Força Nacional. Já temos em combate bombeiros de Goiás e do Paraná e mais 13 militares do Sergipe vão vir para o Estado executar combate. O período vai ser longo, estamos no começo de agosto e a estiagem está prometendo mais trabalho no bioma”, disse a diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, tenente-coronel Tatiane Inoue.

Segundo Valesca Fernandes, apesar da baixa probabilidade de chuvas para o Pantanal, a frente fria trará um aumento de nebulosidade e queda nas temperaturas. “Há probabilidade de chegada de uma frente fria, entre 7 e 9 de agosto, que favorece o aumento da nebulosidade, leva queda nas temperaturas e pequena chance de chuva em Porto Murtinho”, disse Valesca.

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