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"Onde nasceu a emenda Pix? Da burocracia do governo. Agora, ela vai para a construção de ponte..."

"... de escola, construção de água", de Arthur Lira, reizinho das emendas, sobre as novas regras que exigem "rastreabilidade" e "transparência".

5 AGO 2024 • POR GIBA UM • 05h30
Giba Um   Foto: Reprodução

Numa entrevista a um podcast, na semana passada, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, ex-Globo, falou pela primeira vez sobre sua saída da emissora, lembrando que não foi avisado antecipadamente, nem por algum diretor. “Chegou um funcionário e disse: ‘Você está demitido’”.

Mais: Boni sentiu-se chutado e guarda a mágoa até hoje. “Algum dos herdeiros queria sentar na minha cadeira”. Agora, no comando de sua TV Vanguarda, aos 88 anos, Boni está empenhado em mudar o jornalismo da emissora. “Vou mudar tudo. O que se faz hoje é rádio”.

Uma decisão sem questionamento

A atriz Vera Zimmermann, 60 anos, promete causar polêmica com sua nova peça teatral Mãe e Filho, que fala da relação entre a mulher, maternidade e filho.

Zimmermann, que optou por não ter filhos, fala de como a obra aborda a crítica à sociedade patriarcal e debate sobre a desigualdade de gênero e as pressões diárias enfrentadas pelas mulheres.

“A peça tem uma forte crítica à sociedade patriarcal, onde o homem pode tudo, lidera, dita as leis, tem ‘virilidade’. E a mulher está lá apenas para servir, para dar prazer.

Até quando vamos ter que falar sobre isso? Até quando a igualdade de gênero vai deixar de ser uma luta para nós, mulheres? Até quando teremos que lutar pra sermos mulheres nesse mundo, para termos voz? Jon Fosse escreveu essa peça em 1997 e ainda vivemos essa luta. Até quando?

Poder falar sobre o direito que uma mulher deveria ter de não querer criar um filho, num mundo onde os homens jamais são questionados por isso. Muitos homens abandonam os filhos e isso nunca foi uma grande questão.

Se uma mulher opta por isso, ela é julgada e condenada. Será que ela não pode ter seus motivos? Será que ela não pode ser feliz por ter tomado essa decisão?”.

A peça ficará até o dia 11 de agosto no Sesc Ipiranga.

Vale-Musk é quase união

Uma associação aparentemente inusitada entre o empresário Elon Musk e a Vale começa a ser tornar uma hipótese viável. A operação não seria diretamente com a companhia, mas com sua controlada Vale Base Metais (VBM). Adviser dos dois lados já estão mantendo conversações.

Musk e Vale não são estranhos. Em 2022, a Tesla assinou contrato com a mineradora para a compra de níquel, destinado à fabricação de baterias para os veículos elétricos da montadora.

A aquisição de uma participação na VBM seria um salto nessa relação, transformando a parceria comercial em enlace societário.

As circunstâncias parecem apontar nessa direção. Musk é um viciado fiel de metais nobres para suprir seus negócios voltados à economia do futuro (Space e a própria Tesla). Alguns modelos da montadora chegam a ter, no total, 82 quilos de material de cobre.

Reserva da Vale

Ainda o namoro entre Vale e Elon Musk: a mineradora, por sua vez, entre jazidas compradas e prováveis, é dona de mais de 1,7 bilhão de tonelada em reserva de cobre, níquel e cobalto, espalhadas por Brasil, Canadá, Indonésia, Japão e Reino Unido.  

As reservas da VBM podem conter minerais estratégicos ainda não quantificados e a Vale vendeu, em 2003, 10% da subsidiária para a Manara Minerals joint venture entre a saudita Ma’aden e PIF, fundo daquele país por US$ 2,5 bilhões.

Há margens de sobra para negociar fatia do capital da VBM para Musk sem perder o controle do negócio.

Calando a boca

n Beatriz Souza, ou melhor Bia Souza, natural de Itariri, no litoral de São Paulo, 26 anos que foi eleita a melhor judoca de 2023, mostrou seu poder de superação, contra o preconceito e o racismo.

Bia foi a primeira medalha de ouro nos jogos olímpicos de paris no judô na categoria +78kg. Em entrevista à revista Glamour Brasil disse que desde criança tinha muita energia por isso começou fazer judô e que aprendeu a não se importar com as críticas sobre seu corpo ou sua com uma adversária.

“Eu aprendi que a melhor coisa que poderia fazer por mim era amar meu próprio corpo. E, assim, simplesmente me acostumei a gostar dele.

O esporte me empoderou e mostrou o poder gigantesco que tenho dentro de mim. Desde então, deixei de dar importância para o que as outras pessoas falavam e pensavam sobre mim; ignorei a opinião de quem não me conhecia.

Acham que só porque sou gorda, não faço dieta e não sou saudável. Criticam sem saber. Além de ser a minha ferramenta de trabalho, essa sou eu. É o que me define, o que me faz acordar e dormir, tudo aconteceu e acontece por causa desse corpo”.

 Tia Ju, vice

O candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem, ex-Abin e escolhido pessoalmente por Jair Bolsonaro para a disputa, deverá anunciar, nesta semana, a deputada estadual Tia Ju (Republicanos) como sua colega de chapa, em um movimento que atravessaria os planos do prefeito Eduardo Paes (PSD).

Ligada à Igreja Universal de Edir Macedo, Tia Ju tem base eleitoral no segmento evangélico, que Paes tenta atrair por meio de uma aliança com caciques dessa igreja.

O nome de Tia Ju também foi escolhido por Bolsonaro.

Aécio faz falta

A Andrade Gutierrez tem buscado apoio junto ao próprio governador de Minas Gerais, Romeu Zema, para a renegociação de seu acordo de leniência do estado.

Talvez uma interveniência de cima amenize o rigor dos órgãos de controle de Minas Gerais. A Controladoria Geral e a Advocacia Geral do estado cancelaram o compromisso de 2021, no valor de R$ 128 milhões, sob alegação de atrasos sistematicamente no pagamento das parcelas.

Em outros tempos, bastava o empresário Sérgio Andrade recorrer a Aécio Neves que sempre foi um parceiro da companhia. O acordo de leniência e a confissão da Andrade Gutierrez se referem a fraude nas licitações para a construção da Cidade Administrativa na gestão de Aécio Neves.

Pérola

“Onde nasceu a emenda Pix? Da burocracia do governo. Agora, ela vai para a construção de ponte, de escola, construção de água”, de Arthur Lira, reizinho das emendas, sobre as novas regras que exigem “rastreabilidade” e “transparência”.

“Taxa de pouca água”

Pesos-pesados da Zona Franca de Manaus, entre as quais Honda, Samsung, LG, Yamaha, entre outros, estão empenhados numa guerra-relâmpago em Brasília: a operação de lobby tem como objetivo derrubar a cobrança da “Low Water Surcharge”, mais conhecida como “taxa de pouca água” que passará a incidir sobre o transporte de cargas nos rios da Amazonia.

O sobrepreço custará às empresas da região entre US$ 5 mil e US$ 5,9 mil por contêiner carregado, de matérias primas ou produtos finais.

Do outro lado, estão os “inimigos” a serem abatidos: CMA, CGM, Maersk, MSC e Aliança Navegação e Logística.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, aliado da ZFM há anos, tem ajudado para barrar a taxa extra.

Dino em campo

Depois de atenções voltadas para as Olimpíadas e para as eleições na Venezuela, Brasília vai retomando suas atividades.

O Supremo retomou antes o trabalho e, de cara, o ministro Flávio Dino atuou em duas frentes: uma, questiona as chamadas emendas Pix, que tem transferência imediata e sem necessidade de detalhamento de projetos para os municípios (dificulta apuração dos órgãos de controle); e outra que aponta o descumprimento da decisão da Corte de 2022 que julgou inconstitucional o chamado “orçamento secreto”.

Uma das medidas é a completa transparência e a rastreabilidade das emendas Pix.

Papelão do Brasil

Cresce no Congresso a ofensiva pela reação do Brasil na “reeleição” do ditador venezuelano Nicolás Maduro, com críticas à omissão de Lula. Na Câmara, há pedidos para convocar o chanceler Mauro Vieira e no Senado, os pedidos miram o chanceler de fato, Celso Amorim, que estava em Caracas e até se reuniu com Maduro.

E ainda sobrou para a embaixadora do Brasil, Gilvania Maria de Oliveira. Mauro Vieira deverá esclarecer o que Lula não quer fazer: o papelão do Brasil. A inércia do Itamaraty provoca indignação. A Câmara quer o Brasil alinhado a outros sete países que acusaram o episódio de fraude.

Fora da vice

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), bateu o martelo e o deputado estadual Eduardo Cavaliere será o vice em sua chapa à reeleição. Cavaliere venceu a corrida que tinha como principal cotado o deputado federal Pedro Paulo, maior aliado de Paes na política.

Na semana passada, ele decidiu sair da chapa, por estar desgastado por um vídeo intimo gravado por uma mulher que conheceu em 2020. Pedro Paulo, temia prejudicar a campanha de Paes e havia também um processo de violência doméstica antigo, arquivado pelo Supremo Tribunal Federal.

Imóveis de Itaipu

Há muita pressão política sobre a direção de Itaipu Binacional para que os imóveis pertencentes à estatal sejam incluídos no Minha Casa, Minha Vida.

O pacote envolve 900 residências da chamada Vila A, em Foz do Iguaçu, um dos minibairros originalmente criados para abrigar os trabalhadores da construção da hidrelétrica.

A intenção do governo é reformar as moradias no âmbito do MCMV. Itaipu anunciou, no começo do ano, a intenção de leiloar todos os imóveis e os moradores teriam direito de preferência para sua aquisição. Gleisi Hoffmann tem o domínio lá e já pensa em pedir um parecer à AGU e ao TCU.

Mistura Fina

A GOVERNADORA do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra e seus auxiliares estão debruçados sobre a montagem de um hub de energia renovável no estado.

O projeto já estaria sendo testado junto a empresas do setor, como a Casa dos Ventos e Voltalia. As discussões travadas no governo incluem também a atração dos fabricantes de equipamentos.

No que depender de recursos federais, o negócio já é dado como certo. Fátima Bezerra é uma das lideranças políticas do Nordeste próximas de Lula.

O STF decidiu que é inconstitucional a emenda aprovada pelo Congresso em 2022 que estabeleceu estado de emergência devido ao aumento dos combustíveis e ampliou benefícios sociais a poucos meses das eleições – e chamada “PEC kamikaze”. Agora, não tem efeito prático, mas servirá de precedentes para evitar medidas que influencie o processo eleitoral (incluindo, claro, as eleições municipais que se aproximam).

O RX Ventures, fundo de venture capital da Renner, está garimpando o mercado em busca de startups voltadas à gestão de estoques e logística. O cheque médio para cada aporte gira em torno de R$ 10 milhões.

O fundo tem capital de R$ 155 milhões dos quais R$ 50 milhões já foram aplicados. O RX tornou-se um instrumento da Renner para equacionar alguns de seus principais gargalos. É o caso da administração de estoque, um dos maiores itens da estrutura de custos do varejo.

A COLOMBIANA Volcanic, fabricante de medicamentos à base de cannabis, tem cerca de R$ 80 milhões no gatilho para novas aquisições no Brasil.

Recentemente, a empresa comprou a Eleven Health Care, startup especialista em distribuição de canabidiós e congêneres.

Os recursos reservados para o futuro fazem parte do plano da Volcanic para investir no Brasil, com desembolso de R$ 150 milhões até 2026.

In – Omelete recheada

Out – Omelete francesa

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