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MOBILIDADE

Solução para a Avenida Ernesto Geisel só deve começar a sair do papel em 2025

Obra na via entrou no PAC-Seleções e receberá financiamento de R$ 150 milhões; valor será fruto de empréstimo com a Caixa

5 AGO 2024 • POR Daiany Albuquerque • 09h30
Erosão próximo ao ginásio do Guanandizão "comeu" parte da via   Foto: Gerson Oliveira

Pensado desde 2011, a revitalização de todos os pontos mais críticos do Rio Anhanduí, na Avenida Ernesto Geisel, deve começar a sair do papel a partir de 2025. A obra foi selecionada pelo governo federal para entrar no Novo Programa de Aceleração do Crescimento - Seleções (Novo PAC) - Seleções, mas o contrato só deve ser assinato no ano que vem, pela próxima gestão.

O anúncio da comtemplação da obra pelo programa federal foi feito no dia 26 de julho, em evento em Brasília (DF) com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com a titular da Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos (Sugepe), Catiana Sabadin Zamarrenho, o projeto foi selecionado para participar de uma linha de financiamento do governo federal, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ou seja, será um empréstimo para o município e não com recursos direto da União.

Nesta semana, segundo Sabadin, deverá acontecer uma reunião com representantes do governo federal e da Caixa Econômica Federal para explicar detalhes sobre a linha de crédito ao qual o projeto foi incluído e os prazos de pagamento.

“A gente foi selecionado para um empréstimo e vamos saber detalhe dessa linha de financiamento a partir desta semana, quando vamos nos reunir com a Caixa. Mas serão R$ 150 milhões que vão dar continuidade às obras de contenção de enchente da Rua Bom Sucesso até a Avenida Campestre”, afirmou aa subsecretária de projeto da Capital.

Ao longo deste ano, de acordo com Sabadin, a administração deverá fazer a parte burocrática para receber o recursos, porém, a assinatura do repasse de empréstimo só deverá se feita pela próxima gestão, uma vez que durante este período eleitoral não é permitido que os gestores façam contratos novos.

PROJETO

O trecho que passará pela obra tem pouco mais de 6 quilômetros e é um dos mais problemáticos da avenida, com várias erosões ao longo das margens do rio, que acabam comprometando as pistas da avenida. 
Os pontos mais comprometidos então próximo ao ginásio do Guanandizão (no sentido bairro/centro) e próximo ao cruzamento com a Avenida Manoel da Costa Lima (no sentido centro/bairro).

Conforme a Sugepe, a ideia, que surgiu em 2011, prevê a construção de paredões de gabião no trecho do rio entre a Rua Bom Sucesso e a Avenida Manoel da Costa Lima. A partir dali, a ideia é que até a Avenida Campestre, onde a Ernesto Geisel termina (sob o nome de Thyrson de Almeida), seja feito um serviço de controle do canal do rio, com escadarias, dissipadores e obras pontuais para controle de águas da chuva, para evitar que o extravasamento chegue aos bairros e cause enchentes. 

Além disso, esse projeto também prevê o recapeamento da avenida e a instalação de áreas de convivência, com quadras de esportes, pista de caminhada e ciclovia.

“A proposta também inclui ações de trabalho social que visem a sustentabilidade socioeconômica e ambiental do empreendimento, tais como atividades de educação ambiental e promoção da participação comunitária, conforme manual de diretrizes e recomendações do Ministério”, disse nota da Sugepe de quando o projeto foi enviado.

PROBLEMA DE DÉCADAS

Há mais de uma década o poder público promete revitalizar a Avenida Ernesto Geisel, que além dos problemas com relação a drenagem, tem várias trechos de pista interditada por causa de erosões nas margens do Rio Anhanduí.

O projeto original da revitalização, porém, foi perdido ao longo das gestões e, em 2017, foi licitado um trecho menor, entre as ruas Santa Adélia e do Aquário, que foi dividido em três lotes.

As obras do trecho todo ainda não foram concluídas em virtude de atrasos nos repasses e da desistência de uma das empresas vencedoras da licitação. 

Do projeto inicial, que previa 7,5 quilômetros de revitalização, foram concluídos apenas 2,6 km (contando as duas margens da via). Isso porque o trecho que estava sob a responsabilidade da Dreno Engenharia não foi concluído.

Com o abandono, a prefeitura teve de relicitar duas vezes o trecho entre as ruas Bom Sucesso e Abolição, etapa que tem recursos provenientes de emendas federais e do governo do Estado.

Segundo o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli, nos próximos dias este contrato deverá ser assinado com a empresa HF Engenharia e Construção LTDA.
“Vamos acelerar o que for possível para terminar esse trecho dentro de um ano”, disse Miglioli ao Correio do Estado.

Outro projeto, que foi licitado este ano e já tem contrato fechado, prevê o recapeamento da Ernesto Geisel no trecho entre a Avenida Afonso Pena e o shopping Norte Sul Plaza, totalizando 1,5 quilômetro.

Saiba

Segundo Marcelo Miglioli, após a eleição há previsão de lançar outra licitação, para recapeamento da Ernesto Geisel entre a Afonso Pena e a Rua Antônio Maria Coelho.