Logo Correio do Estado

Criança vítima de catapora não havia sido vacinada Recomendação do Ministério da Saúde é de que a tetraviral, que além de catapora protege contra sarampo, caxumba e rubéola, seja aplicada aos 15 meses de vida 8 AGO 2024 • POR Alanis Netto • 08h18
  Gerson Oliveira/Correio do Estado

A criança de 1 ano e 10 meses que morreu devido a complicações provocadas pela varicela, popularmente conhecida como catapora, no último sábado (3), estava com a vacina tetraviral (sarampo. caxumba, rubéola e varicela) atrasada há 7 meses.

A informação é do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap), que recebeu a criança na noite do dia 31 de julho. Inicialmente, ela foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento, com febre e lesões vesiculares pruriginosas. Lá, foi medicada com antibiótico e encaminhada para o Hospital.

"Na admissão do Humap, em exames de imagem, foi identificado pneumonia grave. A criança faleceu devido a complicações provocadas pela varicela", diz nota do Hospital. 

Saiba: A catapora é uma doença infecciosa, altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster, que se manifesta com maior frequência em crianças e com incidência no fim do inverno e início da primavera. A principal característica clínica é o polimorfismo das lesões na pele, que se apresentam nas diversas formas e acompanhadas de coceira. 

Por se tratar de uma doença altamente infecciosa, o Hospital Universitário adotou o bloqueio sanitário preconizado pelo Ministério da Saúde, que inclui medidas como:

Retorno das mortes após três anos

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, Campo Grande não registrava mortes pela doença desde 2021. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (Sesau), haviam sido registrados 110 casos naquele ano.

No ano seguinte, houve queda no número de casos, com 71 notificados. Em 2023, os registros voltaram a subir, com 111 casos.

Desde janeiro deste ano, a Capital já soma 83 casos da doença.

Confira dados referentes aos últimos 10 anos:

ANO CASOS MORTES 2014 1.114   2015 730   2016 1.314 1 2017 1.142 3 2018 774   2019 346   2020 78   2021 110 1 2022 71   2023 111   2024 83  

Vacina

A principal forma de prevenção e controle da doença é a vacinação. Em 2013, o Ministério da Saúde introduziu a vacina tetra viral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora), na rotina de vacinação de crianças que já tenham sido vacinadas com a primeira dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde da Capital, a cobertura em Campo Grande é de 83% em 2024.

Além da tetraviral, também existe uma vacina específica para a varicela. A Sesau recebeu 5.270 doses da vacina varicela neste ano.

"A Sesau orienta que crianças que se enquadram na faixa etária preconizada podem procurar as unidades para avaliação da caderneta e indicação para a melhor estratégia de esquema vacinal. A Sesau informa que aguarda sempre o envio do imunizante pelo Ministério da Saúde. Assim que novas remessas chegam, as vacinas são distribuídas às Unidades de Saúde", diz nota.

A vacina para varicela (catapora) tem suas indicações precisas, levando em conta a situação epidemiológica da doença, por isso não está disponível de forma universal no SUS.

Indicações para a vacinação da catapora (varicela):

Prevenção

As principais medidas de prevenção e controle da catapora (varicela) são:

Transmissão

A catapora é facilmente transmitida para outras pessoas. O contágio acontece por meio do contato com o líquido da bolha ou pela tosse, espirro, saliva ou por objetos contaminados pelo vírus, ou seja, contato direto ou de secreções respiratórias.

Indiretamente, é transmitida por meio de objetos contaminados com secreções de vesículas e membranas mucosas de pacientes infectados. 

Sintomas

Os sintomas da catapora, em geral, começam entre 10 e 21 dias após o contágio da doença. Os principais sinais e sintomas da doença são:

As bolhas surgem inicialmente na face, no tronco ou no couro cabeludo, se espalham e se transformam em pequenas vesículas cheias de um líquido claro. Em poucos dias o líquido escurece e as bolhas começam a secar e cicatrizam. Este processo causa muita coceira, que pode infeccionar as lesões devido a bactérias das unhas ou de objetos utilizados para coçar.

Aos primeiros sintomas é necessário procurar um serviço de saúde para que um profissional possa orientar o tratamento e avaliar a gravidade da doença. Para evitar o contágio, é necessário restringir a criança ou adulto com catapora de locais públicos até que todas as lesões de pele estejam cicatrizadas, o que acontece, em média, num período de duas semanas. Mãos, vestimentas e roupas de cama, além de outros objetos que possam estar contaminados, devem passar por higienização rigorosa.

Complicações

As principais complicações da catapora, nos casos severos ou tratados inadequadamente, são:

A enfefalite é uma inflamação aguda no sistema nervoso central, que provoca a inflamação do cérebro. Se não for tratada, pode ser fatal. Afeta principalmente bebês, crianças e adultos com o sistema imunológico comprometido.

Pessoas com catapora não devem ter contato com recém-nascidos, mulheres grávidas ou qualquer indivíduo que esteja com a imunidade baixa (como pessoas com aids ou que estejam realizando quimioterapia), já que a doença pode ser mais grave nestes grupos.

Com informações do Ministério da Saúde.

Assine o Correio do Estado.