Logo Correio do Estado

MATO GROSSO DO SUL

Alívio das queimadas no Pantanal deve durar só até domingo

Redução dos incêndios não extingue brasas dos focos e trabalho incessante dos bombeiros e brigadistas deve se intensificar no próximo trimestre

8 AGO 2024 • POR Leo Ribeiro • 12h30
"As pessoas acham que chove e acabou o fogo, mas não, ele pode ter amenizado a fumaça, mas ainda tem muita brasa", diz Coronel do CBMMS   Reprodução/SecomGovMS/Bruno Rezende

Ainda que a chuva na região do Pantanal sul-mato-grossense tenha "aliviado" as intensas queimada que atingem o bioma, esse "conforto" é momentâneo e deve durar somente até o próximo domingo, a partir de quando as temperaturas devem voltar a subir e voltar a favorecer novos incêndios.

Como apontado pela meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), Valesca Fernandes, a chuva atingiu uma série de regiões que abrigam o bioma pantaneiro e que devem seguir recebendo as precipitações, pelo menos, por cerca dos próximos dois dias, principalmente nos seguintes municípios: 

Porto Murtinho Miranda Aquidauana Corumbá (Região de Urucum) 

Isso porque, conforme evidenciado em balanço semanal da Operação Pantanal feito pelo Governo de Mato Grosso do Sul, as características de tempo mais nebuloso aliada à chuva, com mínimas entre 9-15 °C e máximas de até 23 °C, deve durar pelo menos até a sexta-feira. 

"Ontem (7) ao meio-dia fez 37,3°C em Corumbá, mas agora [às 10h desta quinta] está 16°C. A última chuva significativa no município aconteceu em 16 de abril, então são praticamente quatro meses de muita seca. Hoje conforme a atualização do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) já são 20 mm acumulados", explica a coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Valesca Fernandes.

Ela expõe que a chegada da frente fria leva o fogo a uma situação em que pode ser controlado com abafador, o que deve se estender pelo menos até 10 de agosto, a partir de quando as temperaturas se elevam e volta a probabilidade de fogo na região pantaneira.

Pantanal de MS

Apesar da chuva em certos pontos, mesmo onde há queda de temperatura e até orvalho, se há a presença de vento constante o risco de foco também se mantém. 

Segundo o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, o caminhão que pegou fogo foi o principal foco recente, já que as chamas se alastraram por cerca de uma semana, causando inclusive bloqueios na rodovia BR-262, que liga Campo Grande a Corumbá. 

Apesar do perigo, nenhum incidente com veículos de passeio foi registrado, com os vários pesqueiros e restaurantes do entorno também sendo preservados com o trabalho de controle das chamas feito pelos brigadistas. 

Em números, os dados atualizados apontam para 1.089.600 hectares de área queimada pelos incêndios do Pantanal neste 2024, que representa aumento de 3.791,4% se comparado com o ano passado, sendo 5,4 mil focos de calor registrados neste ano frente a 255 de 2023. 

Como aponta o Coronel Adriano Rampazo, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul (CBMMS), o trabalho se mantém incessante mesmo com as chuvas, com as equipes, agora, trabalhando no rescaldo das regiões, 

"As pessoas acham que chove e acabou o fogo, mas não, ele pode ter amenizado a fumaça, mas ainda tem muita brasa e vamos nos próximos dias fazer o trabalho de rescaldo nas áreas da BR e demais regiões", conclui ele. 

Assine o Correio do Estado