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Música

Eduardo Martinelli e Norberto Cruz hoje no Centro de Arte Viva

Violonista de Santos (SP) radicado em Campo Grande e bandolinista português apresentam em duo, a partir das 19h, repertório que inclui pérolas de Vittorio Monti, Raffaele Calace e Antonio Vivaldi

14 AGO 2024 • POR Marcos Pierry • 11h30
Eduardo Martinelli (esq.) e Norberto Cruz: violão e bandolim para aquecer o inverno de CG; R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)   Divulgação

A série Violão Arte Viva apresenta hoje, a partir das 19 horas, no Centro de Arte Viva (Rua Marechal Rondon, 2112, Centro), um recital em duo que reúne Eduardo Martinelli (violão) e Norberto Cruz (bandolim).

Julio Borba, Evandro Dotto (com o grupo Opus Vivare) e o Toccata Trio (com Pieter Rahmeier) são alguns dos nomes que estiveram em cartaz recentemente no espaço dando combustão à série, que celebra os 35 anos do espaço de formação e que é organizada pelo violonista André Porto.

Na apresentação desta quarta-feira, seguindo com o propósito levar ao público de CG a chance de contato com o violão de concerto e as suas variadas possibilidades por meio de talentos de diferentes trajetórias e repertórios, o projeto recebe o diálogo criativo de virtuoses dos dois lados do Atlântico.

Juntos, o paulista campo-grandense Martinelli e o português Cruz irão propor um repertório pouco óbvio para os programas mais habituais.

Irão mostrar, por exemplo, uma versão da rapsódia “Czardas” (ou “Csárdás”), que o napolitano Vittorio Monti (1868-1922) compôs, em 1904, inspirado no folclore húngaro, para a musa e artista da música Juliette Dantin (1873-1930), e o “Bolero” de Raffaele Calace (1863-1934), outro compositor de Nápoles, escrito para o bandolim. A dupla também adaptou o “Concerto em Ré Maior para Bandolim” de Vivaldi, com o violão fazendo o acompanhamento no lugar da orquestra.

Promete ser uma conversa musical promissora entre esses dois parceiros e amigos, que já tocaram juntos em performances “d’além mar” em terras lusitanas, somando seus predicativos e bagagens na desenvoltura de execuções que informam uma ilustração despojada e cheia de nuances para aquecer a plateia nesse friozinho de agosto que ronda a capital.

Maestro da Orquestra Sinfônica de Campo Grande, com a qual tem se apresentado ao lado de solistas brasileiros e de países como EUA, Itália, Coreia do Sul, Argentina, Suíça, Canadá, Trinidad y Tobago, Paraguai, Portugal, Bolívia e Uruguai, Martinelli procura marcar seu trabalho pela valorização da música brasileira e a integração com artistas regionais de MS.

Desde 2005  atua no desenvolvimento de diversos projetos de ensino musical voltados para instrumentos de orquestra, com foco em crianças e jovens em situação de risco ou vulnerabilidade social, acumulando prêmios e projetos de destaque, como o CD “Descendo Sarrafo", em que resgata a obra do compositor Amintas José da Costa, apreendida na década de 1960 pela ditadura militar.

O português Norberto Gonçalves da Cruz, concertista afirmado e reconhecido no bandolim internacional, se apresentou como solista em Portugal, Itália, Estónia, Bulgária, Espanha, Brasil, Áustria, onde colaborou com importantes entes como, o Teatro alla Scala, em Milão, o Teatro Fenice em Veneza e Orquestra “Roma Sinfonietta” de Roma. Exibiu-se sob a direção de prestigiosos maestros como Mstislav Rostropovich e Riccardo Muti e ao lado de músicos de renome internacional, tais como Andrea Bocelli, Noa, Placido Domingo e Júlio Pereira.

É um dos fundadores, juntamente com Emanuele e Buzi Valdimiro Buzi, do “Quinteto a Plettro Giuseppe Anedda”, recebendo em 2012 a Medalha de Representação do Presidente da República italiana. Atualmente é professor de bandolim no Conservatório Escola das Artes da Madeira.

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