Auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) identificou diversas irregularidades no Sistema de Regulação (Sisreg) em Campo Grande, entre eles na fila de espera por procedimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o documento, nem sempre a ordem na fila foi respeitada.
A reportagem do Correio do Estado já mostrou, ao longo da semana passada, que a auditoria idenficou verdadeiro caos na regulação da Capital, com vários pontos problemáticos, como o grande número de pacientes faltantes nas consultas e exames marcados, além de procedimentos marcados fora da regulação.
Desta vez o problema apontado é que, conforme análise em documentos do Sisreg, em setembro do ano passado, muitos exames e consultas foram marcadas de forma a desrespeitar a ordem que o pacidente ocupava na fila de espera da saúde.
“Identificou-se, a partir de consulta extraída do Sisreg em 08.09.2023, casos em que as solicitações para os procedimentos ambulatoriais do escopo haviam sido agendadas/autorizadas em desacordo com o ordenamento da fila de espera e sem qualquer justificativa.
Para os casos em que se pôde identificar justificativas para não se seguir o ordenamento da fila de espera16, estas estavam relacionadas aos seguintes motivos: priorização em decorrência de demanda judicial; aproveitamento de vagas de pacientes que não confirmaram presença; vagas de retorno; e reserva Técnica”, diz trecho do documento.
Tabela apresentada no documento mostra que foram identifcado casos de “fura fila” nos seguintes procedimentos: Endoscopia Digestiva Adulto; Cateterismo Cardíaco; Consulta em Cirurgia Ortopédica para Coluna; Atendimento Fisioterapêutico nas Alterações Motoras Adulto; e Ressonância Magnética. Todos esses sem justificativa, conforme a CGU.
Para a auditoria, esses procedimento feitos fora da ordem na fila de espera podem ter sido causados por uma falta de sistematização da saúde da Capital, já que, de acordo com o documento, apesar de a fila de espera por vagas em saúde sob gestão da Gerência de Regulação Ambulatorial de Campo Grande adotar ranqueamento automático do Sisreg, o agendamento das solicitações é feito de forma manual.
“A causa para o agendamento de solicitações em posição inferior na fila pode estar relacionada a erros pontuais cometidos por parte dos profissionais reguladores, mas também à ausência de rotina informatizada de supervisionamento. A causa para o processo de agendamento baseado em ranqueamento não unificado entre primeiras consultas e de retorno decorre de lacunas no sistema informatizado”, afirmou a auditoria.
“Assim, cabe à SESAU normatizar a rotina de agendamento na Central de Regulação e nas unidades de saúde e prestadores de serviços, como também implementar modelo de supervisão, de preferência informatizado, para detectar agendamentos com violação da fila de espera”, complementa o documento.
RESPOSTA
Sobre isso, a titular da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Rosana Leite afirmou ao Correio do Estado que a fila não é “estática” e que sempre é feito a reavaliação do paciente, que pode mudar de lugar
“Toda fila, ela não é estática, ela tem que ser reclassificada.
Na medicina é assim. Então, um paciente que hoje ele é classificado com baixa complexidade, a gente tem que estar sempre reavaliando, porque ele pode mudar na fila, mas com justificativa”, explicou Rosana Leite.
A secretária ainda afirmou que está sendo feito um site de transparência para a fila de espera. No portal, segundo a secretária, o paciente poderá acompanhar sua posição na espera e como está o andamento dos atendimentos à sua frente. A previsão é de que este sistema entre em funcionamento ainda neste ano..