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TRÊS LAGOAS Homem mata esposa asfixiada e mantém corpo no ar-condicionado por dois dias Corpo da mulher deitado sobre uma cama em estado de decomposição, com o ar-condicionado ligado, de sexta-feira (16) até domingo (18) 19 AGO 2024 • POR Naiara Camargo • 09h10
Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) de Três Lagoas, onde o caso foi registrado   DIVULGAÇÃO

Mulher, de 30 anos, foi asfixiada e morta pelo marido, de 32 anos, na noite desta sexta-feira (16), no Jardim Itamarati, em Três Lagoas, município localizado a 326 quilômetros de Campo Grande. O caso só foi registrado e divulgado neste domingo (18).

Conforme apurado pela reportagem, a Polícia Militar recebeu uma denúncia, via 190, de que uma mulher possivelmente estaria sendo mantida morta dentro de casa.

Com isso, se deslocou até a casa da denunciante, a qual relatou que recebeu um telefonema de uma mulher que disse que seu filho matou a esposa e que ele estava “guardando” o corpo em casa.

De acordo com o boletim de ocorrência, os militares se deslocaram até a residência indicada e viram o acusado, na calçada, conversando com sua vizinha. Questionado pelos policiais se sua esposa estava em casa, ele confirmou e confessou que estava morta.

A guarnição entrou na residência, percebeu forte odor de putrefação – processo de decomposição e apodrecimento de corpos – e avistou o corpo da mulher deitado sobre uma cama, em estado de decomposição, com o ar-condicionado ligado.

Interrogado pelos policiais, o autor confessou que brigou com a mulher na noite de sexta-feira (16) para sábado (17) e, durante a discussão, apertou o pescoço da vítima. Além disso, ele afirmou não se lembrar de mais nada e que teria dormido ao lado do corpo. Ele ainda relatou que, no dia seguinte, saiu de casa para rumo desconhecido e entrou em contato com sua mãe para relatar o que fez.

O homem foi algemado e encaminhado para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) de Três Lagoas. Já o corpo foi liberado para a funerária. Além da Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Científica estiveram no local para efetuar os procedimentos de praxe.

O caso foi registrado como "feminicídio" na Depac-Três Lagoas.

FEMINICÍDIO

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 20 mulheres foram vítimas de feminicídio, entre 1º de janeiro e 19 de agosto de 2024, em Mato Grosso do Sul. 

Desse número, 5 ocorreram em Campo Grande e 15 no interior. As mortes foram registradas em janeiro (3), fevereiro (5), março (3), abril (5), junho (3) e agosto (1). Em 2023, 31 mulheres foram mortas.

DENUNCIE!

Violência contra mulher deve ser denunciada em qualquer circunstância, seja agressão física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial.

Os números para denúncia são 180 (Atendimento à Mulher), 190 (Polícia Militar) e 153 (Guarda Civil Metropolitana).

O sinal "X" da cor vermelha, escrita na mão, significa que a vítima quer alertar que sofre violência doméstica. Portanto, o cidadão deve ficar atento, acolhê-la e acionar as autoridades.