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Combate ao Tráfico PRF teme que Rota Bioceânica abra 'novos caminhos' para o tráfico Durante a sessão desta quinta-feira (22), na ALEMS policiais rodoviários federais solicitaram mudança na legislação, melhorias na malha viária e investimento em tecnologia 22 AGO 2024 • POR Laura Brasil • 18h00
  Divulgação ALEMS

Policiais Rodoviários Federais (PRF), foram até a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) para apresentar demandas diante do desafio da Rota Bioceânica, uma vez que o Estado é uma das portas de entrada da cocaína no país.

Durante a sessão desta quarta-feira (21), foi solicitado que os deputados estaduais se alinhem com a PRF para implementar melhorias que auxiliem o trabalho nas rodovias, com o objetivo de 'estrangular' o tráfico de drogas no Estado.


Rota da cocaína

Conforme o levantamento apresentado pelo superintendente da PRF em Mato Grosso do Sul, João Paulo Pinheiro Bueno, cerca de 38% da cocaína que entra no país atravessa a fronteira do Estado.

"Apreensão de maconha 34% sai daqui, de cocaína 38% sai daqui de Mato Grosso do Sul. Se dividirmos por 27 é quase metade do país todo passa por aqui. É muita droga, é muito tráfico de drogas que acontece aqui em Mato Grosso do Sul".

Divulgação PRF

Extensão

Mato Grosso do Sul Possui 11 rodovias federais, o que corresponde a 4.078 km de extensão, fazendo fronteira com o Paraguai e a Bolívia e outros cinco estados. Enquanto o efetivo da PRF representa 637 policiais, com 9 delegacias e 24 unidades operacionais (os postos por onde os veículos passam). 

“Se a gente fizer uma conta simples da extensão das rodovias, a gente vê que o efetivo é pequeno. Ele é pequeno para compreender a quantidade de rodovias que nós temos”, destacou o superintendente. 

Com o avanço significativo na construção da ponte que ligará Porto Murtinho a Carmelo Peralta, no Paraguai, e a responsabilidade da PRF pela futura área alfandegária, além da revitalização da BR-267, que conecta Jardim a Porto Murtinho, os policiais rodoviários enfrentarão uma demanda de trabalho ainda maior.

Já que o histórico do Estado, segundo a estudo divulgado pelo Correio do Estado, indica que mais de 60% da cocaína que entra no Brasil passa pela fronteira de Mato Grosso do Sul.

Solicitações

"Os senhores sabem muito mais do que eu que saindo de Campo Grande não tem mais sinal de celular, você só vai conseguir sinal em Ribas do Rio Pardo, depois em Água Clara e Três Lagoas e no meio desses kms a gente fica praticamente incomunicável. Por isso a importância do investimento em comunicação e dados". 

Devido ao baixo efetivo de policiais, o uso de tecnologia é fundamental para o desempenho do monitoramento das rodovias estaduais. 

Outro ponto abordado foi a legislação de trânsito em vista que irão circular veículos do Paraguai, Chile e Argentina nas rodovias do Estado.

“Essas discussões tem que ser pautadas porque algumas carretas nossas que transitam aqui, elas não podem transitar no Paraguai por conta da legislação deles. O mesmo acontece aqui, então esse debate precisa acontecer através dos senhores para que a gente possa fazer as mudanças necessárias na legislação para o desenvolvimento chegar”.

Atribuições da PRF

Além do trânsito

O superintendente deixou claro que as rodovias são pontos sensíveis para prática dos crimes sexuais e infantil e com a Rota Bioceânica o desafio será um desafio.

Ainda, com relação a apreensões em 2023, a PRF bateu o recorde do país com 13 toneladas tiradas de circulação. 

"A cocaína é uma droga mais lesiva, uma droga com alto valor. Há dez anos atrás tínhamos esse tipo de transporte, mas ele vinha de 5 ou 10. Hoje, eles chegam de 500 a 1 tonelada. O ano passado tivemos uma apreensão recorde do país de quase duas toneladas esse número é muito impactante". 

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