Policias civis, peritos criminais, médicos legistas, escrivães, investigadores e papiloscopista protestam, na manhã desta quinta-feira (29), em frente a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), localizada na avenida Desembargador José Nunes da Cunha, Jardim Veraneio, em Campo Grande.
A estimativa é de que mais de 400 pessoas, de vários municípios de MS, marcaram presença na manifestação. Caso não haja acordo com o governo de MS, há risco de greve. Eles reivindicam por:
- Reajuste de salário de 69% - percentual necessário para alcançar o 6º melhor salário, conforme promessa do governo do PSDB há 10 anos, de acordo com a categoria
- Implantação do auxílio-saúde – nos mesmos percentuais fornecidos aos delegados de Polícia, segundo a categoria
- Reajuste do auxílio-alimentação para R$ 800 – adequação às necessidades reais, conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
- Concurso público – 50 vagas para peritos criminais e 100 para médicos legistas, considerando
- Cargos comissionados – implantação de ao menos oito cargos comissionados por URPI
De acordo com o Sindicato dos Policiais de MS (Sinpol-MS), o déficit é de 900 profissionais para os cargos de investigadores e escrivães, com risco de fechamento de delegacias.
Atualmente, o Estado possui 1,6 mil profissionais, entre escrivães e investigadores. Conforme a categoria, o necessário para atender a demanda seria de 2,5 mil trabalhadores.
Segundo o ranking do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP), Mato Grosso do Sul tem o 11º pior salário de investigador do Brasil, com remuneração de R$ 4.717,46. O estado do Amazonas ocupa o primeiro lugar, com salários de R$ 12.948,78.
Além do baixo salário, os profissionais contestam a carga horária que deveria ser de 40 horas semanais, porém, alguns trabalhadores chegam a cumprir até 80 horas por semana e ainda, sem receber pelos extras.
“Os policiais hoje trabalham fora de horário desse trabalho e não recebem horas extras por isso. Nós temos caso de sobreaviso, o que é isso? É trabalhar final de semana, feriado, dia de semana à noite, sem poder sair de casa, porque a qualquer momento pode ser chamado para o trabalho, então ele não recebe nada por isso. Então a gente fica preso no serviço, 24 horas por dia, 30 dias por mês, e não recebemos nada. Então a gente não aguenta mais”, lamentou o presidente do Sindicato dos Policiais de MS (Sinpol-MS), Alexandre Barbosa.
Segundo o presidente, a categoria protesta em frente a ALEMS para pedir apoio dos deputados estaduais.
“Foi prometido para nós, foi feito algumas promessas para nós, mas não foi cumprido por parte do governo. A categoria recusou o que foi [proposto] para nós e nós estamos querendo continuar as negociações, continuar as conversas. Estamos aqui para pedir o apoio de deputados estaduais para que seja criada uma comissão de intermediação da Assembleia Legislativa junto ao governo do estado com a categoria porque nós protocolamos um ofício ao governo do estado pedindo a abertura de negociação com o governo. Mas infelizmente parece com o governo que está engessado para o lado deles”.
Em reposta enviada ao Correio do Estado, a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Administração (SAD) afirmou que "O Governo do Estado mantém o diálogo aberto com todas as categorias, inclusive os policiais civis".