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em busca de resultados Secretário suspeita de sabotagem no incêndio na usina de asfalto "Acidente" aconteceu dois dias após divulgação do contrato de R$ 6 milhões entre Consórcio Central MS e Campo Grande 9 SET 2024 • POR Leo Ribeiro e alanis netto • 09h15
Secretário aguarda resultados da perícia realizada e espera que prazo de obras em Campo Grande seja pouco impactado   Marcelo Victor/Correio do Estado

Após a usina de asfalto do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região Central de Mato Grosso do Sul pegar fogo, as hipóteses do que pode ter provocado esse acidente vão desde falhas técnicas e até mesmo de sabotagem, em um possível incêndio criminoso, lista o secretário de obras de Campo Grande. 

Titular da Secretaria Municipal De Infraestrutura E Serviços Públicos (Sisep), Ednei Marcelo Miglioli reuniu a imprensa em coletiva na manhã de hoje (09), já que Campo Grande seria a próxima cidade a se beneficiar da compra feita no ano passado da "usina que asfalta uma rua inteira em dois dias".

"Você tem várias hipóteses aí, você tem a hipótese de uma falha do equipamento, você tem a hipótese de uma falha de operação, você tem a hipótese de uma sabotagem, de uma interferência de terceiros, que eu quero acreditar que não tenha sido isso", cita Miglioli. 

Segundo o secretário, a preocupação ao tomar ciência do ocorrido era primeiramente apagar o incêndio, que como bem aponta Miglioli, não teve nenhuma vítima e apresentou apenas prejuízo material. 

Relembre

Como pôde observar a equipe do Correio do Estado in loco ainda na sexta-feira (06), as labaredas subiram cerca de 10 metros, queimando inclusive a fiação elétrica local, o que deixou empresas do Núcleo Indubrasil sem energia elétrica.

Ainda na data do incêndio, o diretor do Consórcio, Vanderlei Bispo, apontou que a usina estava sendo aquecida para terça-feira para asfaltar ruas de Campo Grande, com os funcionários relatando o susto no momento que a caldeira virou.

Usina do consórcio

Importante lembrar que os serviços dessa usina são esperados desde que sua compra foi anunciada, em fevereiro de 2023, investimento do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região Central de Mato Grosso do Sul, formado por: 

Também conhecido como "Consórcio Central MS", presidido pela Capital, o grupo destinou cerca de cinco milhões de reais para aquisição usina móvel de pavimentação asfáltica mais pá carregadeira. 

Campo Grande foi quem arcou com a maioria dos custos (80%), investindo R$ 4 milhões, proporcionais com as Receitas Correntes Líquidas de cada um dos municípios, seguida por: 

  1. R$ 494,1 mil - Sidrolândia
  2. R$ 224,1 mil - Terenos 
  3. R$ 156,6 mil - Dois Irmãos do Buriti
  4. R$ 125,2 mil - Jaraguari

Esse maquinário total prevê economia de 35% nos custos de pavimentação já que, como esclarece o secretário, com a parceria como a do Consórcio é trabalhada a chamada composição de preços.

Diferente de quando é optado por uma licitação, situação na qual é preciso seguir o preço do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), de composição de mercado.

Obras na Capital

Enquanto é esperado resultado da perícia, e o consórcio se reúne para saber se irá optar pela recuperação ou substituição da usina, Miglioli faz questão de ressaltar que a ideia é afetar o mínimo possível o andamento de obras na Capital que usariam dos serviços da usina.

Ainda na edição de quarta-feira (04) do Diário Oficial de Campo Grande, o município publicou os R$ 6.617.238,26 empenhados para o Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) para recapear vias da Cidade Morena a partir de amanhã (10), como comentou anteriormente o diretor do Consórcio.

Porém, dentro do planejamento da Sisep, Miglioli reforça que há duas frentes de fornecimento, uma por meio de contrato com uma empresa terceirizada, o qual se mantém, além do material da usina. 

"Pela informação que eu tenho do contrato e até pelo fato de que ele já ia começar a operar hoje, toda a parte de infraestrutura, logística para funcionar uma usina já está pronta", expõe o titular da Sisep.

Ou seja, toda a parte de silos; depósito de material e os agregados; a parte de equipamento já estão dispostos, bem como a mão de obra, sendo que em caso de substituição da usina esse não seria um processo demorado.

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