O termo "voo de galinha" na economia refere-se a um fenômeno em que um crescimento econômico rápido e temporário é seguido por uma desaceleração igualmente rápida, resultando em um ciclo de altos e baixos. Esse conceito é muitas vezes usado para descrever situações em que uma economia ou setor experimenta um crescimento robusto, mas não consegue sustentá-lo e logo enfrenta uma crise ou queda.
O crescimento atual da economia brasileira está sendo suportada por duas dinâmicas: 1) efeitos de reformas realizadas no passado recente como a trabalhista, da previdência e micro reformas que criaram marcos de desenvolvimento importantes como do saneamento, país digital, liberdade econômica e outras.
A segunda dinâmica está ligada ao impulsionamento da economia por transferência de recursos públicos, desde a PEC da transição o governo federal vem transferindo recursos via Bolsa família, BPC, Precatórios, Concursos públicos, Aumento de salário real e aumento de benefícios fiscais.
A primeira dinâmica só se sustenta com novas reformas, gestão eficiente dos gastos públicos e das regras fiscais, e a segunda dinâmica é temporária.
Algumas das principais razões pelas quais o “voo de galinha” podem ocorrer:
- Injeções Temporárias de Dinheiro: Quando um governo ou banco central implementa políticas de estímulo, como reduções de impostos ou aumento dos gastos públicos, pode inicialmente promover um crescimento econômico. No entanto, se essas medidas não forem sustentáveis a longo prazo, o crescimento pode rapidamente se inverter quando o estímulo é removido ou quando a economia enfrenta limitações fiscais.
- Empréstimos Excessivos: Políticas que incentivam o endividamento excessivo, seja por parte de consumidores ou empresas, podem criar um crescimento temporário. No entanto, quando a capacidade de pagamento se esgota ou a confiança diminui, pode ocorrer uma crise de crédito que leva a uma desaceleração econômica abrupta.
- Expectativas Exageradas: O crescimento econômico rápido pode ser alimentado por expectativas excessivamente otimistas, tanto por investidores quanto por consumidores. Se essas expectativas não se concretizarem, o mercado pode sofrer uma correção abrupta, levando a uma desaceleração.
- Bolhas Especulativas: O crescimento rápido pode criar bolhas em setores específicos, como imóveis ou tecnologia. Quando essas bolhas estouram, o impacto negativo se espalha pela economia, resultando em uma desaceleração.
- Choques Externos: A economia pode ser impactada por eventos inesperados, como crises financeiras globais, pandemias ou flutuações abruptas nos preços das commodities. Esses choques podem interromper um crescimento econômico que parecia sólido e levar a uma desaceleração rápida.
- Mudanças no Ambiente Econômico Global: Alterações nas condições econômicas globais, como mudanças nas políticas comerciais ou nas taxas de câmbio, podem afetar a economia local de forma negativa, especialmente se a economia estiver muito dependente de exportações ou importações.
- Infraestrutura Deficiente: O crescimento rápido pode sobrecarregar a infraestrutura existente, como transporte e serviços públicos. A incapacidade de expandir ou melhorar a infraestrutura para atender à demanda crescente pode limitar o crescimento e levar a uma desaceleração.
- Desigualdade e Desajustes no Mercado de Trabalho: O crescimento pode ser desigual e não beneficiar todos os segmentos da sociedade igualmente. Se a prosperidade não é amplamente distribuída, isso pode levar a desajustes no mercado de trabalho e a um crescimento insustentável.
As estimativas de mercado servem de instrumento complementar para analisar a dinâmica econômica, e como mostra o resumo do Relatório Focus, a primeira derivada está apresentando sempre um decréscimo para 2025.
O "voo de galinha" é um fenômeno complexo que pode resultar de uma combinação de fatores econômicos, políticos e sociais. O Brasil já passou por isso, aqui uma reflexão sobre o passado e o presente, é hora de revertermos essa curva.