O Museu da Imagem e do Som (MIS) vai abrigar, na terça-feira (17), às 19h, o lançamento do documentário “Esmalte no Alimento”, produzido com recursos da Lei Paulo Gustavo 2023 repassados pela Prefeitura de Campo Grande.
O documentário, que recebeu R$ 72 mil da lei federal, tem duração de 23 minutos e apresenta o registro de depoimentos e imagens que mostram a vida e o trabalho de cinco mulheres produtoras rurais na fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul.
O projeto “Esmalte no Alimento”, da produtora TBX Audiovisual, sob a produção-executiva de Gabriela Oliveira Xavier, nasceu da necessidade de se obter “um registro documental sobre o amor ao trabalho na terra, a dedicação e os desafios de mulheres que receberam terras dos programas de reforma agrária do governo federal”, explica Gabriela.
Em “Esmalte no Alimento”, com direção de fotografia, captação e finalização de Marcos Mendes, que também atua no meio musical, as cinco mulheres em foco contam um pouco de suas histórias de vida.
Por meio desses depoimentos, em formato de diálogo com um interlocutor, essas mulheres relembram o período de acampamento, a espera pela entrega da terra, a conquista do pedaço de chão e o início das atividades de criação de pequenos e grandes animais, além do trabalho na lavoura.
O documentário, roteirizado e dirigido pelo jornalista Sérgio Carvalho, está segmentado em cinco eixos que representam o imaginário dos sabores que se alcança com os alimentos: salgado, doce, amargo, azedo e umami (o quinto sabor).
A linha condutora do roteiro foi inspirada no livro de crônicas “Umami – O Quinto Sabor”, da jornalista Patrícia Leite. É “nessa métrica imaginária” que o documentário permite ao espectador reconhecer, “aplaudir e nos emocionar com a determinação da força feminina na produção de alimentos no Brasil”.
OLHARES FEMININOS
O diretor e roteirista Sérgio Carvalho diz que o processo de produção e criação do documentário “Esmalte no Alimento” se deu de maneira inteiramente coletiva. “Desde o momento da escolha do nome para o documentário à linha de raciocínio que a gente seguiria para construir, edificar o documentário, todo o processo foi coletivo”, afirma Sérgio Carvalho.
“A produção, por exemplo, ela vem com base em uma experiência minha como roteirista e diretor no próprio campo de trabalho, que era a fazenda Itamarati, hoje assentamento Itamarati. Veio de uma experiência de um outro trabalho que eu realizei no assentamento Itamarati. O processo de produção veio dessa experiência, e mesmo assim foi um processo de produção coletivo. O resultado do trabalho de produção é a várias mãos. Roteirização e pós-produção também foram um trabalho coletivo”, conta o diretor e roteirista.
“Esmalte no Alimento”, diz Carvalho, é acima de tudo o resultado de olhares femininos sensíveis e de uma pesquisa apurada da produtora Sabrina Barros Xavier, e o resultado final é uma homenagem a todas as mulheres que trabalham de sol a sol nas pequenas propriedades do País, produzindo alimento e vivendo do que plantam, colhem e criam sobre a terra.