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CASO PLAYBOY DA MANSÃO

Júri de 'Jamilzinho' pode acabar antes do previsto

Ainda que quatro dias estejam reservados para julgamento de Jamil Name Filho e outros três acusados, rapidez dos trabalhos dão "boas expectativas" para advogados

17 SET 2024 • POR LEO RIBEIRO E NAIARA CAMARGO • 09h15
Sem Jamilzinho de "corpo presente", Fórum atriu menos olhares curiosos durante julgamento   Marcelo Victor/Correio do Estado

Nesta terça-feira começam os trabalhos do segundo dia de júri popular de Jamil Name Filho, mais outros três acusados, sobre o envolvimento na caso da morte de Marcel Hernandes Colombo, o Playboy da Mansão, sendo que os extensos trabalhos de ontem (16) podem fazer o julgamento durar menos que os quatro dias previstos. 

Jail Azambuja.| Foto: Marcelo Victor

Jail Azambuja é advogado do policial federal acusado junto de Jamilzinho, Everaldo Monteiro de Assis, ressalta que a celeridade e adiantamento dos trabalhos há a possibilidade de encerrar o júri popular já no terceiro dia de julgamento. 

"Houve também algumas desistências, inquirições de testemunhas e, portanto, deve abreviar o julgamento", frisa o advogado. 

Na defesa de Jamil Name Filho, Pedro Paulo Sperb esclarece que o juri foi extenso, mas houve quatro testemunhas dispensadas do depoimento (sendo duas de ambos os lados, defesa e acusação). 

"As testemunhas arroladas já haviam sido ouvidas durante a instrução processual, isso faz com que não haja necessidade de ouvi-las novamente, já que os jurados tem todo o acesso ao processo". 

Ainda, ele frisa que, desde o início, Jamilzinho nega a participação ou qualquer ordem de matar Marcel Colombo, lembrando o desentendimento entre as partes dois anos antes, argumento esse usado pela acusação. 

"Segundo a denúncia, sim, mas nenhum elemento dentro do processo nos leva a isso, inclusive tem um pedido de desculpas de um para o outro e tudo se normalizou", complementa. 

Desinteresse no caso

Sem Jamilzinho de 'corpo presente' no Fórum de Campo Grande - que ainda assim montou esquema especial de segurança, como abordou o Correio do Estado -, o auditório durante esses dois dias iniciais de júri juntou bem menos público do que quando "a estrela" do julgamento estava na Capital. 

Se na ocasião anterior era impossível circular pelos corredores, graças ao acúmulo de olhares curiosos em busca de vislumbrar o acusado, a maioria do público presente no Fórum de Campo Grande hoje (17) é parte da imprensa local. 

Ainda assim, é possível notar o seguinte efetivo de segurança presente: 

 5 policiais penais federias dentro do auditório   4 policiais militares dentro do auditório   1 bombeiro militar dentro do auditório   5 policiais militares na porta de tribunal, sendo 2 do batalhão de choque   1 viatura do batalhão de choque com 3 policiais   2 viaturas da polícia penal federal Caso em julgamento 

Em 18 de outubro de 2018, Marcel Hernandes Colombo foi assassinado, caso que passou a ser conhecido como do "Playboy da Mansão", desengavetado durante investigações da Operação Omertà. 

Isso porque onze meses após o crime, não havia sequer um único suspeito apontado pela polícia, e depois da "morte acidental" de Matheus Xavier, em abril de 2019 e da descoberta de um arsenal na Capital, o nome da família Name ventilou com mais força no caso. 

O arsenal de armas estava escondido em uma casa no Jardim São Bento, em Campo Grande, descoberto ainda em setembro de 2019, quando investigadores passaram a juntar provas de acusação contra "Jamilzinho".  

Junto de Jamil Name Filho - apontado como suposto mandante - estão sendo julgados: o PF Everaldo Monteiro de Assis, além dos guardas municipais Marcelo Rios e Rafael Antunes Vieira.

Cabe lembrar que Jamil Name e José Moreira Freires também eram réus listados no caso, porém faleceram ainda durante o processo. 

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