Deputados Câmara do DF esbanjam no exterior
Deputados distritais não tiveram o menor constrangimento ao impor ao brasiliense pagador de impostos a fatura de R$253 mil com diárias que suas excelências embolsaram enquanto batiam pernas fora do Brasil. Destinos não turísticos são descartados: o roteiro dos deputados inclui Suíça, França, Portugal, Estados Unidos, Canadá, México e Japão. São da transparência da própria Câmara Legislativa do DF os dados sobre a gastança no exterior de parlamentares eleitos para legislar no DF.
Torneira aberta
Da dinheirama entregue a suas excelências, R$227 mil foram só neste ano. O troco, R$25,9 mil, foi usado em duas viagens no ano de 2023.
Malas prontas
Doutora Jane (MDB) liderou a gastança usando R$52,3 mil em duas viagens: Japão e Estados Unidos, para onde embarca amanhã (21).
Por nossa conta
Iolando (MDB) recebeu 9 diárias e meia, no valor de R$26,7 mil, para passar uma bela temporada em Paris, por ocasião das Paraolimpíadas.
Valor de um Celta
Até junho, custaram mais R$83,2 mil as passagens dos deputados ao exterior, como a R$19,5 mil para Eduardo Pedrosa (União) ir aos EUA.
Faz-tudo de Joesley tenta melar negócio bilionário
Advogado de fé dos irmãos Batista, Francisco de Assis tem visitado o Rio para acompanhar a denúncia de “falsidade ideológica” contra Anderson Schreiber, árbitro que deu ganho de causa à Paper Excellence na disputa pela Eldorado Celulose. Francisco age para permitir aos Batista descumprir contrato de venda da Eldorado, melando a arbitragem. Mas o caso foi arquivado várias vezes pelo promotor Alexandre Themístocles: nada havia contra o árbitro. Repetiu a tática fracassada de São Paulo, ao inventar denúncia contra a Paper por “espionagem”, também arquivada.
Encrencados
Francisco se aliou a Ary Bergher, amigo de Marfan Vieira, todo-poderoso no MP do Rio. Ary e Marfan aparecem na delação de Sérgio Côrtes.
Velhos conhecidos
Ex-secretário de Saúde de Sérgio Cabral, Côrtes os acusou de negociar R$600 mil em propina. Marfan assessora o chefe do MP, Luciano Mattos.
Disfarce?
Antes de Mattos decidir se arquiva o caso, Francisco deu um mortal de costas: a J&F diz concordar em arquivar o inquérito que provocou. Hum...
Advogado anti-abuso
Um dos advogados constituídos por Elon Musk para representar a rede social X no Brasil, Sérgio Rosenthal é tido como grande crítico da metodologia da operação Lava Jato e “atos arbitrários de autoridades”.
Não deu as caras
Leitores da coluna souberam com antecedência da ausência de Lula na reunião-factoide de ontem (19) sobre incêndio. Ciente do esvaziamento, cancelou a presença e empurrou o abacaxi para Rui Costa (Casa Civil).
Hora do ‘mea culpa’
Lula deveria aproveitar o discurso na ONU para pedir perdão por nada ter feito para tentar impedir os incêndios, mesmo tendo sido avisado desde o começo do ano. Seria um sucesso. Mas não o fará.
Não é hora de passear
Se depender de Rodolfo Nogueira, Marina Silva (Meio Ambiente) pode desfazer as malas e desistir de ir aos Estados Unidos. O deputado quer sustar autorização para a ministra deixar o país no meio da crise do fogo.
Sem gestão
O deputado Evair de Melo (PP-ES) solicitou por requerimento para a CGU investigar indícios de crime do Ministério da Saúde no atraso na compra de vacinas e no prejuízo de R$260 milhões com doses da Coronavac vencidas. A repartição do Bessias deve ignorar a solicitação.
O que é crime
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) comparou a liberação para o porte de 40 gramas de maconha, que não rende punição, com o uso da rede social X (antigo Twitter): “é crime e será multado?!”.
Brasileiro é da paz
Pela pesquisa Datafolha de ontem (19), cresceu a rejeição a José Luiz Datena (PSDB), em São Paulo, após a agressão com uma cadeira contra Pablo Marçal (PRTB), cuja rejeição também aumentou.
É uma mãe...
Moisés Feltrin conseguiu uma boquinha daquelas: ganhou pensão vitalícia com salário de governador do Mato Grosso após passar 33 dias no cargo. O despudorado pagamento foi ordem do Supremo.
Pensando bem...
...já que nada faz por aqui contra os incêndios, Marina Silva decidiu exercer sua inapetência em Nova York.
PODER SEM PUDOR
Carcereiro gentil
Preso em 1964, Francisco Julião, das Ligas Camponesas, foi metido num cubículo da 2ª Companhia de Guardas, no Recife. Ele não passava bem e um oficial do Exército chamou um médico, que prescreveu apenas alimentação decente. Gentil, todos os dias o militar “contrabandeava” um litro de leite para Julião. E ainda lhe fez uma surpresa: levou-o para o banho, certo dia, em um inesperado encontro com outro preso político, Paulo Freire. Trocaram abraço, palavras, força. O oficial, o alagoano Carlito Lima, relatou a história em seu livro “Confissões de um capitão” (Garamond, Rio), prefaciado pelo ex-líder estudantil Vladimir Palmeira.
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