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Juca Kfouri

Palmeiras não desgruda do Botafogo

O alviverde joga para o gasto e permanece a três pontos do líder do Brasileirão

23 SET 2024 • POR Juca Kfouri • 00h05
Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.   Divulgação

Beneficiado, sem ter culpa, pela falta de isonomia do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras jogou no Mané Garrincha, em vez de no alçapão de São Januário, e venceu o Vasco por 1 a 0.

Com o que permaneceu na cola do líder Botafogo, com a vantagem de estar apenas em uma frente, enquanto o alvinegro carioca tem também a Libertadores para disputar pelo menos até o meio da semana, quando enfrentará o São Paulo, no Morumbi.

Com torcida dividida em Brasília, em gramado novo e de boa qualidade, o alviverde se aproveitou de presentaço do garoto Rayan para o goleador argentino Flaco López, ainda na metade do primeiro tempo, e fez o gol da vitória que só correu riscos a partir da entrada de Philippe Coutinho no segundo tempo.

Weverton fez defesa de cinema para evitar que o também argentino Vegetti empatasse, embora as melhores chances no segundo tempo ainda tenham sido alviverdes, em bicicleta de Flaco no travessão e em contra-ataque que Mauricio desperdiçou.

Descontados o calor de 32º e a secura da capital federal, o Palmeiras encontrou as condições ideais para se manter firme na luta pelo tricampeonato brasileiro seguido, proeza que só o São Paulo, desde 1971, foi capaz de realizar.

Mesmo sem a joia chamada Estêvão, o triunfo paulista é daqueles que permitem manter acesa a esperança e, paradoxalmente, deve fazer com que o palmeirense torça pelo Botafogo contra o São Paulo.
Vovozices

No Clássico Vovô brilhou a Estrela Solitária ao vencer o Fluminense nos acréscimos por 1 a 0, com lei do ex em vigor nos pés de Luiz Henrique.

O veterano goleiro Fábio, 43, garantia o 0 a 0 com atuação espetacular até que Felipe Melo, 41, saiu do banco no fim do jogo e fez lambança de criança para dar de bandeja o gol ao líder Botafogo.

Sorte e competência de quem joga para ser campeão de um lado e azar e imprudência para quem insiste em manter goleiro extraordinário e zagueiro com validade vencida há anos.

Brabíssimas

E o hexacampeonato veio como esperado, não sem algum sofrimento graças ao calor inclemente em Itaquera, palco de novo recorde sul-americano de público no futebol de mulheres, com 44.136 torcedores.

Em dois dias a Fiel pôs 90 mil pessoas em sua casa, primeiro para o futebol dos homens, no sábado e, depois, no domingo para a festa do título após o 2 a 0 contra as são-paulinas.
As Brabas seguem soberanas e, para o bem do futebol, cada vez mais desafiadas a manter a soberania.

Dramático

Para confirmar a precocidade da disputa ainda na quinta rodada da Premier League, Manchester City e Arsenal protagonizaram clássico de matar do coração.

Sem Kevin De Bruyne e Odegaard, os melhores de cada esquadrão, com lesão de Rodri no começo do jogo, cementeis, o gol de Haaland em 105 jogos com a camisa azul, virada londrina na cabeça de Gabriel Magalhães e expulsão infantil de Trossard ainda no primeiro tempo, o segundo pôs à prova os corações dos Citizens e dos Gunners, e foram necessários 53 minutos para que Stones, vindo do banco, empatasse 2 a 2 para manter a liderança e a invencibilidade do City, depois de pelo menos três defesas impressionantes de Raya.

O que era para ser guardado para as últimas rodadas de cada turno acabou desperdiçado no começo. Mas valeu. E muito.