Logo Correio do Estado

Artigos

O eleitor e a sua consciência

Por Antonio Carlos Siufi Hindo, promotor de Justiça aposentado

24 SET 2024 • POR Antonio Carlos Siufi Hindo, promotor de Justiça aposentado • 07h45
Caminhos da vida   Arquivo

Entre todas as festas proporcionadas pela democracia, as eleições municipais são verdadeiramente as mais importantes. Não existe outra igual. Existem fartas motivações para lançarmos essa assertiva incontroversa. Os candidatos no âmbito do município surgem das suas entranhas, resultam em produtos comuns da própria sociedade que edifica, consolida e venera.

Andam ao nosso lado, respiram o mesmo ar, vivenciam os mesmos dramas que nos preocupam. 

Não precisam de terceiras pessoas para lhes ditarem regras de comportamento para vencerem essas dificuldades. São conhecidos do eleitor. Estão nos bairros, nas vilas, nos distritos, no centro da cidade e em todas as oficinas de trabalho. A sua história de vida sempre voltada para o bem-estar da comunidade pode ser facilmente evidenciado. 

Os oportunistas, os estelionatários e os que brincam com a ilusão dos incautos estarão mostrando suas astúcias sempre malévolas. Seu sorriso de serpente pronta para dar o bote fatal é a sua especialidade. O eleitor precisa estar atento para esses inconvenientes. Eles existem e as suas vestimentas sempre vêm modificadas em cada pleito. 

Nesse contexto de clareza singular, o articulista também não tem o condão de oferecer os encantos pedagógicos para indicar o melhor candidato a ser sufragado nas urnas. Todos sabem o que resulta em algo melhor para a sua cidade. Sim, porque é na cidade que o eleitor vive, trabalha, cria sua família e resulta no maior protagonista dessa festa. 

Uma escolha benfeita e seguindo sempre os ditames da consciência é o melhor caminho para ser seguido. Afinal, serão quatro anos que terão que conviver com a boa escolha – e também com a má, porque resulta sempre na sua outra vertente igualmente verdadeira. 

O acerto na escolha das candidaturas pode serenar as consciências, alegrar os corações, festejar dignamente o esplendor da grande festa. Sem os vícios malditos dos engodos, dos estelionatos e das surpresas desagradáveis. Sua evidência maior está relacionada com aqueles que negociam o seu voto com favores passageiros, supérfluos, rápidos e que se dissipam como as nuvens. 

Eleito, esse candidato que te induziu em erro e comprou o seu voto nunca mais vai lhe receber em seu gabinete de trabalho. Você negociou com ele o voto. Ele não lhe deve nada. É assim que funciona esse comércio que só consegue trazer dor e sofrimento. 

Tenham certeza dessa verdade sem contestação querido eleitor. Se incorrer nessa aventura que não tem volta, terá efetivamente como companheira inseparável a própria vergonha para o seu agasalho. Cobrirá de vergonha também toda sua família, sentenciando-os a viverem os piores dias sem educação de qualidade, saúde, referência, bem como a segurança que todos necessitamos. 

Essas linhas são linhas de advertência, não têm o condão de ditar as regras para a melhor escolha. Resulta apenas em um indicativo para evitar os tropeços que podem nos remeter a viver em um estado de indignação íntima permanente. Isso ninguém merece. 

A nossa cidade precisa ser sempre a vitoriosa. Não interessa as cores partidárias e nem a ideologia dos seus combatentes. Aproveite a oportunidade. Você tem no voto a sua grande arma para a escolha dos melhores candidatos. Trata-se de uma arma silenciosa evidenciada pelo voto, que produzirá o seu efeito devastador com a força da sua consciência.