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operação forasteiro

Polícia põe fim a jogatina que rendia R$ 5 mihões por mês em MS

Para explorar o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis, grupo paulista se instalou em MS despois que a operação Omertà desbancou a família Name

26 SET 2024 • POR Neri Kaspary • 12h20
Dinheiro e jóias foram recolhidos durante a operação desta sexta-feira para cumprir 7 mandados de prisão e 30 de apreensão  

Dezenas de policiais e promotores foram às ruas nesta quinta-feira para prender sete pessoas e cumprir mandados de busca e apreensão em 30 endereços de pessoas envolvidas na exploração do jogo do bicho e instalação de máquinas caça-níqueis. 

O grupo, procedente de São Paulo, se instalou em Mato Grosso do Sul em 2021, depois que a Operação Ormertà desmantelou o grupo que explorava a jogatina em Campo Grande e região fazia décadas.

Na época, Jamil Name e Jamil Name Filho foram detidos acusados de comandarem uma milícia de assassinos. O pai faleceu no presídio e o filho, segue preso e já acumula 69 anos de condenação. 

Batizada de operação “Forasteiros”, os sete mandados judiciais de prisão preventiva e os 30 de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande, Aquidauana, Pompeia (SP), Marília (SP) e Araguaína (TO).

A operação foi coordenada pelo Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e  Polícia Civil, por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO).

A investigação se estendeu por cerca de meses e revelou a atuação de uma organização criminosa autointitulada “MTS”, cujas lideranças são originárias do Estado de São Paulo, mas que se instalaram em Campo Grande para explorar o “jogo do bicho” e as chamadas máquinas caça-níqueis, praticando, ainda, outros crimes correlatos, necessários para viabilizar a atividade ilícita principal. 

Segundo a assessoria da MPE, o grupo já explorava essa atividade ilícita em outras localidades do país e passou a atuar por aqui para aproveitar o “vácuo de poder ocasionado pela queda de outra organização criminosa que aqui explorava, há décadas, essas modalidades de jogo e que foi debelada pela Operação Omertà”.

Os investigadores estimam que a “organização criminosa tenha estabelecido mais de mil bancas de apostas e arrecadado mais de 5 milhões de reais por mês durante todo o período que opera nesta Capital”.

Conforme apuração do Correio do Estado, atualmente existem dois grupos que disputam o domínio do jogo do bicho em Campo Grande. Um deles é o MTS, alvo da operação desta quinta-feira (26). 

O outro grupo só operava no interior, mas estendeu seus domínios à Capital depois da queda dos Name. Esse grupo já foi alvo de pelo menos três etapas da operação Sucessione, também do MPE. Neste grupo atuam vários policiais civis aposentados, que anteriormente atuavam com os Name, conforme apontaram as investigações policiais. 

APOIO

Equipes MPE e policiais paulistas, além do Batalhão de Choque e o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) de Mato Grosso do Sul prestaram apoio operacional ao GAECO.

O nome da operação faz alusão ao fato de a organização criminosa ser liderada por indivíduos naturais do Estado de São Paulo que migraram para o Estado de Mato Grosso do Sul para exercer o monopólio dos jogos de azar em Campo Grande, o que já faziam em suas localidades de origem.