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CAMPO GRANDE

Servidora do Imasul viciada em pix falso é solta após pagar fiança

Raquel Velasques Portugal foi presa nesta terça-feira (24), mas sua reclusão não durou nem 48 horas, já que foi solta nesta manhã após pagar R$ 2,8 mil em fiança

26 SET 2024 • POR Felipe Machado • 15h45
Raquel Velasques Portugal foi solta nesta quinta-feira (26), após pagar fiança de R$ 2,8 mil   Foto: Reprodução

A servidora do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Raquel Velasques Portugal, de 43 anos, presa há quase dois dias, foi solta na manhã desta quinta-feira (26), após pagar fiança de R$ 2,8 mil. 

A funcionária pública foi presa por realizar frequentes pagamentos falsos em clínicas de estética e salões de beleza, que devem ultrapassar os R$ 60 mil reais, segundo o informado pelos próprios estabelecimentos que sofreram com o estelionato de Raquel.

No depoimento, a servidora relatou sua compulsão por gastos, hipertensão arterial e suas duas filhas menores de idade como motivos para ter cometido o crime.

Ao todo, Raquel tem cinco passagens por estelionato desde janeiro deste ano e precisou pagar uma fiança de R$ 2,8 mil para ter responder pelas acusações em liberdade.

Além disso, o Imasul divulgou, por meio de uma nota, que vai instaurar um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) - a fim de apurar os fatos - na funcionária do órgão, mas não cita se ele vai ou não ser afastada do cargo de técnica ambiental, do qual ela tem um salário de R$ 5.976,75.

Caso completo

Raquel Velasques Portugal, de 43 anos e técnica ambiental do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), foi presa por realizar pagamentos falsos em estabelecimentos de beleza de Campo Grande, do qual as fraudes somam R$ 60 mil.

Segundo a gerente do estabelecimento que flagou Raquel, a mulher frequenta o salão desde janeiro, duas vezes por semana. Ela disse que a moça chegou a pagar normalmente na primeira vez, mas a partir da segunda, editava o comprovante do pix para enganar a responsável pelo salão. Ao todo, estima-se que Raquel gastou cerca de R$ 40 mil em procedimentos estéticos no local, sendo 65 pix falsos de 72 no total.

O flagrante aconteceu nesta terça-feira (24), quando a moça frequentou novamente o salão e consumiu R$ 788 em procedimentos, mas enviou um comprovante de pagamento falso novamente para o estabelecimento. O alerta veio no último final de semana, quando um grupo no WhatsApp com gerentes de vários salões de beleza foi criado justamente para trocar informações sobre a suspeita de constantes golpes aplicados pela servidora pública.

Outras profissionais, desta vez relacionadas à saúde (uma cirurgiã plástica e uma fisioterapeuta), registraram boletins de ocorrência contra Raquel, já que a mulher aplicou um golpe de R$ 7 mil em botox e preenchimentos, em agosto, e outra fraude no valor de R$ 13,5 mil, do qual consistiu em mais preenchimentos e sessões para tratar a flacidez, melhorar o contorno corporal e rejuvenescer a pele, no início deste mês. 

Apenas em setembro, foram registrados sete boletins de ocorrência contra a golpista. Raquel foi encaminhada para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro Especializado de Polícia Integrada (Cepol). 

Estelionato em MS

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, do qual se baseia em dados do ano anterior, Mato Grosso do Sul teve 13.357 ocorrências de estelionato em 2023 (taxa de 484,5 a cada 100 mil habitantes), um pouco a menos que em 2022, quando teve 13.647 (taxa de 495 a cada 100 mil habitantes). 

Ao se aprofundar nos dados de estelionato por meio eletrônico, o estado registrou 5.414 ocorrências em 2023 (taxa de 196,4 a cada 100 mil habitantes) e 5.027 em 2022 (taxa de 182,3 a cada 100 mil habitantes).

Em âmbito nacional, o Brasil registrou 1.965.353 casos no ano passado (taxa de 967,8 a cada 100 mil habitantes), 8,2% a mais que em 2022, quando teve 1.816.438 ocorrências (taxa de 894,4 a cada 100 mil habitantes).

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