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Energia Limpa

Com nova usina fotovoltaica, judiciário produzirá 100% da energia que consome

Instalação custou R$ 10,8 milhões, e deve gerar economia de mais de R$ 4,8 milhões por ano

26 SET 2024 • POR Alanis Netto • 13h20
Usina começou a funcionar parcialmente em julho, mas cerimônia de inauguração aconteceu nesta quinta-feira (26).   Marcelo Victor/Correio do Estado

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) inaugurou nesta quinta-feira (26) a Usina Fotovoltaica da Gameleira, instalação que possui 6.000 placas solares e capacidade para gerar 400 mil quilowatts de energia por mês, que somados aos 90.000 kW produzidos com as outras 1.447 placas instaladas no prédio do TJMS, no Parque dos Poderes, atendem 100% da demanda energética do poder judiciário.

A obra custou R$ 10,8 milhões, e a usina deve gerar economia anual de mais de R$ 4,8 milhões. A energia produzida na unidade irá atender Campo Grande, Dourados e Corumbá.

A Usina da Gameleira foi construída em um terreno de 72.784 metros quadrados. Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado

O projeto de energia fotovoltaica no Poder Judiciário começou em 2022, com a contratação de serviços para elaboração de projetos, abrangendo tanto as comarcas do interior quanto a sede do TJMS. Neste período, foram investidos mais de R$ 30 milhões na instalação de energia fotovoltaica. Das 55 comarcas do poder judiciário, 49 já receberam a energia renovável limpa.

"Nós temos hoje mais de 14 mil placas fotovoltaicas instaladas em todo esse sistema, gerando quase 1 milhão de kWh. Um município com população de pouco mais de 5 mil pessoas seria suprido por essa geração", destacou o diretor da secretaria de obras do TJMS, Daniel Felipe Hendges.

Desembargador Sérgio Fernandes Martins. Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado.

O presidente do TJMS, desembargador Sérgio Fernandes Martins, revelou que em 7 anos as usinas terão gerado economia suficiente para arcar com os custos de instalação. Para ele, mesmo que o impacto financeiro seja significativo, a maior conquista com as instalações é a geração de uma energia limpa, alinhada com a proposta do Estado de zerar as emissões de carbono até 2030.

"Está previsto para que em 7 anos a gente possa ter o pagamento desse investimento, isso é significativo. Mas o principal retorno não é nem a economia que o Poder Judiciário fará, mas sim a oportunidade de nós produzirmos energia limpa. Com esta [usina] aqui nós estamos contribuindo com essa proposta do Estado de Mato Grosso do Sul de zerar a emissão de carbono", disse Martins.

O desembargador também ressaltou a importância de reduzir os impactos ambientais, já que Mato Grosso do Sul está inserido em um bioma sensível, que vêm sofrendo com as mudanças climáticas. Além disso, mencionou a importância de criar esse "status" sustentável para que novas empresas, ao chegarem no estado, já tragam ideologias sustentáveis.

"O desejo é que os investimentos, o capital, os empresários, aqueles que vierem trazer para cá seus empreendimentos, já venham com essa ideia de que em Mato Grosso do Sul, tem que vir empreendimentos que sejam descarbonizados, para evitar que tenhamos indústrias que poluam"

 A usina está em funcionamento desde julho, mas a cerimônia de inauguração foi realizada somente nesta quinta-feira (26). O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, esteve no evento, e parabenizou a iniciativa do poder judiciário.

"Contribui muito para o nosso objetivo de chegar a 2030 neutralizando as emissões no território sul-mato-grossense. Agora, está sendo entregue não só para o sistema judiciário, mas, acima de tudo, para a sociedade. Uma grande contribuição ao meio ambiente", concluiu.