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CAMPO GRANDE

Poluição diminui, mas continua após chegada de frente fria

Índice de Qualidade do Ar (IQAr) está em 77, considerada 'moderada'; com a melhora, o céu voltou a ficar parcialmente azul

27 SET 2024 • POR Naiara Camargo • 12h00
Céu está um pouco mais azul nesta sexta-feira (27)   Foto: Naiara Camargo

Dados da Estação de Monitoramento da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (EMQAr – UFMS) apontam que o Índice de Qualidade do Ar (IQAr) melhorou e está em 77, considerado ‘moderada’, nesta sexta-feira (27), em Campo Grande.

Isto significa que há 77 microgramas de poluição por metro cúbico no ar. Com a melhora, o céu voltou a ficar parcialmente azul na Capital. 

Ontem (26), o cenário era bem diferente do que está hoje (27): o IQar estava em 162 nesta quinta-feira (26), considerado ‘muito ruim’.

Esta foi a pior qualidade do ar da história da Capital, desde quando os números começaram a ser monitorados, em 2021.

Frente fria, que atinge Mato Grosso do Sul, é a responsável por ter levado embora boa parte da pluma de fumaça. Isto porque os ventos levaram o fumaceiro para o estado de Goiás.

Frente fria trouxe chuva, refresco e alívio do calorão. Os municípios que registraram chuva, nas últimas 48 horas, foram:

Não choveu em Campo Grande. Mesmo com a chegada da frente fria, a poluição permanece na Capital.

De acordo com o doutor em Geofísica Espacial e integrante do Laboratório de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Widinei Alves Fernandes, o IQAr ideal é 10.

Conforme a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), há cinco classificações possíveis para apontar a qualidade do ar:

0 a 40: Boa 41 a 80: Moderada 81 a 120: Ruim 121 a 200: Muito ruim Acima de 200: Péssima

De acordo com o doutor em Geofísica Espacial, a pluma de fumaça veio do Amazonas, Mato Grosso e Bolívia, ficou momentaneamente em Mato Grosso do Sul e, nesta sexta-feira (27), se desloca para Goiás.

“Nós recebemos essa fumaça que veio da região Amazônica, do Mato Grosso e da Bolívia. E isso se deve a essa entrada da frente fria que provocou uma mudança da direção dos ventos. Ao se deslocar, então, essa pluma passou a ficar mais sobre o Mato Grosso do Sul e alcançou o Campo Grande também. Então essa pluma, uma pluma mais densa e constante, causou de forma significativa piora na qualidade do ar. Essa frente fria provocou esse deslocamento e vai continuar empurrando esse corredor, então ela vai se deslocar para Goiás e a fumaça vai embora daqui” explicou Widinei Alves.

A qualidade do ar melhorou e permanecerá razoável nesta sexta-feira (27) e sábado (28), mas vai piorar novamente a partir de domingo (29).

FUMAÇA

Mato Grosso do Sul esteve com céu encoberto por fumaça há vários dias consecutivos. Nesta sexta-feira (27), a qualidade do ar melhorou, mas ainda há poluição no céu. 

A fuligem é oriunda dos incêndios do Pantanal, Amazônia, São Paulo, Goiás, Bolívia, Mato Grosso e outros estados brasileiros que literalmente estão “pegando fogo”.

O tempo parece nublado, mas, na verdade se trata de fumaça e fuligem dispersas no ar, deixando o horizonte cinzento e com baixa visibilidade.

Em Campo Grande, o sol está avermelhado por conta da fuligem dispersa no ar.

Fumaça é a suspensão na atmosfera de produtos resultantes de uma combustão. Pode ser tóxica quando aspirada. Resulta de queimadas, fogueiras, brasas, motores de gasolina e gasóleo.

Névoa seca é formada quando há a condensação de vapor d'água em combinação com poeira, fumaça e outros poluentes, o que dá um aspecto acinzentado ao ar.

O meteorologista Natálio Abrahão afirmou que o fenômeno responsável por deslocar a fumaça, para longas distâncias, é o vento.

“São fluxos de ventas que se originam lá da região amazônica, e esse fluxo de vento vai agregando esses fatores aí. Se ventar uma manhã inteira, os ventos podem levar a fumaça de 100 a 150 quilômetros de distância em apenas uma manhã”, explicou Abrahão.

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