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PORTO MURTINHO Ponte da rota bioceânica atrasa e conclusão fica para 2026 Porém, mesmo que ficasse pronta em 2025, ela não poderia ser utilizada porque as obras de acesso estão só começando e vão levar ao menos dois anos 4 OUT 2024 • POR Neri Kaspary • 10h46
Cerca de 60% dos trabalhos da ponte em Porto Murtinho estão concluídos e previsão é de que sejam concluídos em fevereiro de 2026   Toninho Ruiz

Inicialmente previstas para serem concluídas em novembro do próximo ano, as obras da ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, devem sofrer um pequeno atraso e agora a previsão é de que os trabalhos terminem em fevereiro de 2026. 

Este atraso, porém, não fará diferença na implementação da chamada rota bioceânica, já que as obras de acesso a essa ponte no lado brasileiro mal começaram e devem ser concluídas somente no final de 2026, caso o cronograma seja cumprido à risca. 

Além disso, do lado paraguaio, as obras de pavimentação de rodovias também só devem ser concluídas no final de 2026.

O trecho entre as cidades de Mariscal Estigarríbia e Poso Hondo, já próximo da fronteira com a Argentina, está em andamento e deve ficar pronto na mesma época em que serão concluídos os trabalhos de acesso à ponte em Porto Murtinho. 

As informações foram repassadas durante reunião de acompanhamento das obras da Rota Bioceânica na tarde dessa quinta-feira (3), coordenada pela Divisão de Integração de Infraestrutura do Ministério das Relações Exteriores.

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, que participou da reunião, informou que o atraso na conclusão da ponte foi comunicado pelo Consórcio PYBRA, responsável pela obra. 

A ponte sobre o Rio Paraguai terá 1,3 mil metros e cerca de 60% dos trabalhos estão concluídos. Os custos, orçados em cerca de 95 milhões de dólares, estão sendo bancados pela Itaipu Binacional. 

“Vínhamos trabalhando com a possibilidade de ficar pronta em novembro de 2025, mas agora ficou para fevereiro de 2026. As obras estão em ritmo normal, já conseguiram recuperar o atraso da paralisação no lado brasileiro, então as contratações estão todas andando”, afirmou o secretário.

VAI DEMORAR

Mas, a parte mais atrasada é mesmo a construção da alfândega e dos 13 quilômetros da rodovia que vão interligar a BR-267 à ponte. Segundo Jaime Verruck, “já montaram o canteiro de obra e já receberam a ordem de serviço. Estão contratando as pessoas e iniciarão pela construção das pontes”.

No dia 20 de setembro, durante evento na Federação das Indústrias, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que as obras estavam começando exatamente naquele dia. 

“Eu fiz questão de vir hoje aqui na Fiems, porque é pé quente. Exatamente hoje começou a obra da alça dos 13 quilômetros. É importante lembrar que é uma alça, ela é suspensa tanto no início quanto no final da ponte, então ela tem uma complexidade. A ordem de serviço a gente deu em dezembro e a previsão era que as obras começassem em março. Mas o importante é que hoje iniciou”, afirmou a ministra naquele dia. 

As obras foram contratadas por R$ 472 milhões e serão bancadas pelo Governo Federal. A previsão é de que os trabalhos se estendam por dois anos e a meta é que ainda antes do final de seu terceiro mandato, no final de 2026, o presidente Lula venha a Porto Murtinho para inaugurar tanto a alça de acesso quanto a ponte, segundo a ministra.

A licitação das obras de acesso foi oficializada pelo DNIT em 16 de novembro do ano passado e o vencedor foi um consórcio denominado PDC Fronteira, formado pelas empreiteiras Caiapó, Paulitec e DP Barros, de Goiás e São Paulo, que venceram por terem oferecido o menor preço. 

A previsão é de que sejam gerados, inicialmente, 280 postos de trabalho diretos e 160 indiretos. 

Além do investimento de quase meio bilhão de reais na alça de acesso à ponte, o Governo Federal prevê investimento de R$ 200 milhões na recuperação do trecho final da BR-267, entre e Alto Caracol e Porto Murtinho.

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