Muitos são os caminhos que se oferecem com o objetivo de alcançar logo o que propõem. Mesmo que não sejam aparentemente de grande valor, alguém assim os considera. Não importam as exigências. O que importa é o significado.
Para alguém poderá ser um simples objeto de uso pessoal. Para outro, poderá ser algo valendo altas somas, grandes propriedades e ricas jazidas de ouro. Para outros ainda, poderá não passar de um simples cartão, contendo, porém, a descrição de um diploma de grande valor. Seja qual for, sempre haverá alguém atribuindo um valor precioso.
Aos olhares comuns poderá continuar um simples papel ou uma pedra qualquer, mas, para quem souber do seu significado, terá sempre em mãos algo extraordinário. Saberá zelar pela sua validade, pelo seu poder e seu valor.
Esse relato nos leva agora a refletir, não sobre uma pedra nem sobre um papel, mas nos leva a olhar tantos seres humanos portadores de uma esperança tantas vezes ferida pela dor, pelo sofrimento e pelo abandono. Esperança esmagada, triturada pela fome, pela doença e pela exploração.
Se para o mundo é considerada feliz a pessoa bem-sucedida, materialmente rica, plena de saúde, ocupando altos cargos, viajando o mundo, homenageada em todos os lugares por onde passar, diante de Deus poderá ser muito diferente. Diante Dele, as honras serão reservadas aos corações pobres de espírito, desapegados de si e tudo fazendo pelo bem dos necessitados.
Se para o mundo são considerados felizes os que governam as nações, enriquecendo à custa da exploração dos mais empobrecidos, para Deus serão felizes os que souberem governar e administrar os bens terrenos com honestidade e retidão de consciência.
Se para o mundo são admiradas as pessoas possuidoras de muitas riquezas e de muitas regalias, para Deus serão abençoadas por saberem fazer de suas riquezas a maneira nobre de auxiliar os necessitados, abrigar os peregrinos, consolar os doentes, dar abrigo aos desabrigados e transmitir esperança aos desanimados.
Se para o mundo a felicidade consistiria em se aproveitar dos mais fracos para subir na vida, tanto na vida social quanto na vida financeira ou na vida política, para Deus será feliz todo aquele e toda aquela que colocar seus dons a serviço do bem comum. Não querer para si, mas servir ao irmão.
Assim eram os primeiros cristãos. No livro dos Atos dos Apóstolos (4, 4-16), vemos o quanto se amavam, o tanto que queriam bem. Ninguém considerava seu o que ganhasse. Tudo colocavam aos pés dos Apóstolos. E esses distribuíam entre os mais pobres. E entre eles não haviam necessitados.
Se esses exemplos passassem em nossas casas e fizessem acontecer essa partilha de bens, a vida seria uma constante festa. Nela, cada qual procuraria ser mais justo, mais solidário e mais fraterno. Seguramente as necessidades se converteriam em solidariedade.
Se a humanidade fosse realmente humana, não haveria necessidade de campanhas contra a fome, campanha de vacinação, campanha para recuperar habitações e hospitais. O povo se sentiria solidário.