O Brasil possui atualmente uma média de 84 milhões de pets nas residências, sendo 54 milhões de cachorros e 30 milhões de gatos. Por isso, o alerta deste Outubro Rosa fica também para os tutores, já que os animais podem sim desenvolver câncer de mama, principalmente as fêmeas. Dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) revelam que a doença afeta até 45% das fêmeas caninas e 30% das fêmeas felinas.
A neoplasia mamária é o tipo de câncer mais frequente, representando entre 50 e 70% de todos os tumores. “As fêmeas são mais predispostas e o tumor de mama acaba sendo o mais comum nas cadelas; enquanto que entre os felinos é o terceiro com maior incidência. Em cães machos a probabilidade é baixa, porém tem alta malignidade”, salienta a médica-veterinária e docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), Dra. Aline Ambrogi.
Estudos indicam que as principais causas do câncer em pets estão relacionadas a predisposição genética, variações hormonais, má alimentação e condições adversas no ambiente em que convivem. A maior incidência de tumores mamários ocorre em cadelas a partir dos 8 anos de idade, que não foram castradas e que possivelmente tenham tomado injeções anticoncepcionais.
“Diante do risco da doença, é importante que o tutor fique alerta quanto ao surgimento de nódulos nas mamas do animal. Com certa frequência, é necessário que se faça uma avaliação, posicionando o pet de barriga para cima e apalpando suas mamas. É importante salientar que cadelas possuem 5 pares, enquanto que os felinos quatro”, informa. “Caso seja identificado caroços ou bolinhas na região, é indispensável levar o animal para uma avaliação médica”, explica a médica-veterinária da UniFAJ.
Outros sintomas que podem indicar que o animal está com câncer de mama são: dores na região das mamas; presença de secreções na região mamaria; apatia; falta de apetite; febre; e dificuldade respiratória quando há evolução para metástase pulmonar.
Diagnóstico tardios dificultam tratamento:
O câncer de mama em pets tem cura, mas, assim como nos humanos, precisa ser diagnosticado precocemente. Dados do CFMV revelam que 20% dos diagnósticos são tardios, o que dificulta ainda mais o tratamento. Cerca de 50% dos tumores mamários em cadelas são malignos e podem ter comportamento agressivo ou metastático. Entre os gatos, aproximadamente 90% dos tumores são malignos e agressivos, e 80% tendem a metastatizar em um ano.
O tratamento é realizado com base no tipo de tumor, complexidade e em que estágio a doença se encontra. A partir daí, o cuidado inicial é a remoção cirúrgica, com margens amplas, e pode ser seguido ou não de tratamento quimioterápico.
Apesar do prognóstico favorável, Aline recomenda que os tutores ajam de forma preventiva, realizando check-up em cães e gatos a cada seis meses, e o principal: a castração! “O tumor mamário dependente de questões genéticas e hormonais para se desenvolver e a castração cessa essa produção. A recomendação é castrar cadelas e gatas, após o primeiro cio, e evitar o uso de anticoncepcionais e ‘injeções anti cio’”, alerta Aline.