O aumento no número de diagnósticos de Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e de Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem gerado debates entre especialistas.
E isso graças ao maior acesso à informação, aos profissionais de saúde mental, aos educadores e aos pais, que agora entendem melhor os traços associados a esses transtornos.
Essa conscientização aumentada levou a uma identificação mais precisa e oportuna, permitindo que os indivíduos recebam suporte apropriado mais precocemente na vida.
Além disso, os avanços em métodos de avaliação aumentaram a identificação de pessoas neurodivergentes com apresentações difíceis de serem notadas na superfície.
É notável que a expansão dos critérios diagnósticos desempenhou um papel significativo no aumento da identificação de TEA e TDAH.
Até meados dos anos 2000, esses marcadores eram mais restritos, focando em comportamentos observáveis específicos.
Portanto, seu aprimoramento ajuda a garantir que os indivíduos recebam suporte e intervenções adequados, adaptados as suas necessidades.
Vale destacar ainda que essa elevação ajudou a reduzir os estigmas em torno do TEA e do TDAH.
À medida que mais indivíduos recebem diagnósticos precisos, eles são capacitados para compartilhar suas experiências, defender suas necessidades e contribuir para discussões públicas.
Essa visibilidade promove compreensão, empatia e aceitação dentro da sociedade e contribui para que as comunidades, escolas, locais de trabalho e sistemas de saúde percebam que é preciso se acomodar às necessidades de indivíduos neurodivergentes, promovendo uma sociedade mais equitativa.
Mas, se por um lado o crescimento está ligado à maior conscientização, esse fato também levanta preocupações.
Estamos mais informados, o que é positivo, mas precisamos ter cautela para evitar diagnósticos apressados, sem o devido acompanhamento multidisciplinar, diz psicólogos.
Eles reforçam a importância de uma avaliação completa e cuidadosa de cada criança, que considere diferentes aspectos do comportamento.
É comum que distrações ou dificuldade de socialização sejam mal interpretados. Cada caso exige uma análise minuciosa, feita por uma equipe especializada.
Para crianças e adolescentes devidamente diagnosticados com TDAH ou TEA, o suporte terapêutico é uma das principais ferramentas para melhorar a qualidade de vida.
Essa abordagem trabalha o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e comportamentais, permitindo que o indivíduo desenvolva mais autonomia e controle sobre suas dificuldades.
A terapia ajuda o pequeno a entender melhor suas emoções e a desenvolver mecanismos para lidar com situações do dia a dia, tornando-o mais resiliente.
A medicação, por exemplo, pode ser necessária em alguns casos de TDAH, mas ela deve ser associada à terapia contínua, especialmente a cognitivo-comportamental, para melhores resultados a longo prazo.
É fundamental que o acompanhamento envolva a família, a escola e os profissionais de saúde mental, proporcionando à criança um ambiente de suporte contínuo.
Quando pais, educadores e terapeutas trabalham juntos, a criança recebe todo o apoio necessário para crescer e se desenvolver de forma saudável e integrada à sociedade.