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Queda do preço do azeite na Espanha contrasta com alta no Brasil Média elevada de preços fez com que o número de furtos em redes de supermercado também aumentasse 8 OUT 2024 • POR Da Redação • 22h00
A produção de azeite de oliva na Espanha está aumentando após um longo período de colheitas ruins,   Foto: Reprodução/Redes sociais

A produção de azeite de oliva na Espanha está aumentando após um longo período de colheitas ruins, o que deve deve colaborar com maior oferta do produto e diminuição de preços. Apesar das boas notícias, os supermercados brasileiros ainda enfrentam alta no valor do azeite.

A reportagem visitou seis lojas na cidade de São Paulo, nesta terça-feira (8), e encontrou o produto sendo vendido, em média, por R$ 45 na embalagem de 500 ml, preço similar ao praticado em junho deste ano, quando o item era vendido por R$ 49 na região central.

Além da queda na produtividade europeia, há ainda outros problemas que afetam a oferta, como a diminuição da produção no Rio Grande do Sul e o crescimento do segmento premium -que, com o aumento da qualidade, conta também com uma elevação nos preços.

A alta no valor do azeite fez o número de furtos subir e transformou-o em item de luxo, trancado em prateleiras de supermercados.

Lojas das redes Sonda e Carrefour, por exemplo, passaram a utilizar lacres antifurto nas embalagens para diminuir a ocorrência dos crimes. A solicitação partiu da direção dos locais há alguns meses.

O gerente de uma unidade do Carrefour no bairro do Limão, na zona norte da capital paulista, que preferiu não se identificar, afirma que, em agosto, a loja gerenciada por ele sofreu um prejuízo de R$ 50 mil em furtos do azeite extravirgem da marca Gallo.
No mês passado, segundo ele, o furto de garrafas da marca Andorinha gerou um prejuízo de R$ 12 mil.

Pedro Henrique Jesus, operador de uma loja do supermercado Dia, no bairro Santa Cecília (região central), diz que os furtos tiveram crescimento.
A solução encontrada para diminuir o prejuízo foi transferir os frascos para uma região próxima do caixa de pagamento, assim, os clientes que desejam comprar o produto devem pedir acesso aos funcionários.

O mecanismo já era utilizado com outros produtos de alto custo, mas a medida só passou a 
ser aplicada para o azeite de oliva nos últimos meses.
No supermercado Mambo, na região central, o gerente diz que os lacres nunca foram adotados, mas afirma que o grande número de funcionários na loja possibilita que movimentações suspeitas sejam observadas com mais facilidade.

A mesma estratégia tem sido utilizada na rede de hortifrútis Oba Hortifruti, que produz uma linha própria de azeite. Os preços, no entanto, são um pouco mais alto, porque a rede também sofre com a alta da matéria-prima. O produto de marca própria sai por R$ 56,99 a embalagem de 500 ml.

Além do azeite, outros produtos também passaram a receber maior atenção dos varejos, como o bacalhau, a picanha, chocolates e cremes de avelã. Para esses itens, os supermercados incluem alarmes de adesivo que são acionados em casos de tentativa de furto.
Outras medidas de segurança incluem a instalação de câmeras, que foram implementadas em todos os corredores do Carrefour. Apesar de o aparelho ter ajudado a atenuar o problema, a situação ainda preocupa os profissionais do local.

FALSIFICAÇÃO

A alta no valor do azeite também tem aumentado a falsificação do produto. No último dia 3, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) divulgou uma lista com marcas e lotes de azeite de oliva impróprios para consumo.

As mercadorias foram distribuídas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina, Pernambuco e Alagoas.

No Brasil, segundo maior mercado consumidor do mundo, mais de 99% dos produtos são importados. O objetivo é atender à demanda de 100 milhões de litros por ano, que não diminuiu mesmo com o preço em alta.

É nesse cenário que os produtos falsificados encontram terreno para atrair os consumidores que procuram valores baixos. A fraude mais comum, segundo o Mapa, é a mistura de óleo de soja com corantes e aromatizantes artificiais que simulam o produto original.

*Informação da Folhapress