O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (8) a nomeação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (BC), marcando a primeira mudança de comando desde que a autonomia da instituição foi sancionada, em 2021. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Galípolo recebeu 66 votos favoráveis e 5 contrários, sem abstenções, registrando o maior placar para o cargo em mais de 20 anos.
Galípolo foi aprovado por unanimidade na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) horas antes da votação no plenário, onde passou por uma sabatina de quase quatro horas. Com 26 votos a favor na CAE, sua indicação seguiu para votação secreta no plenário do Senado, onde obteve o maior número de votos desde Roberto Campos Neto, que recebeu 55 votos em 2019.
O próximo passo para oficializar a nomeação é a publicação de um decreto presidencial. Com o mandato atual de Roberto Campos Neto se encerrando em 31 de dezembro de 2024, Galípolo assumirá o BC em janeiro de 2025 para um período de quatro anos.
Na sabatina, Galípolo reafirmou que Lula lhe garantiu total autonomia para tomar decisões à frente da instituição, sempre em prol do interesse do povo brasileiro. Ele também destacou a importância de o Banco Central manter seu foco na estabilidade financeira e no controle da inflação. “Cada decisão que tomarmos será orientada pelo compromisso com o bem-estar da população”, afirmou.
Questionado sobre a autonomia do Banco Central, Galípolo destacou que o tema gera um “debate acalorado” e que é essencial que a autoridade monetária continue a seguir as metas e objetivos estabelecidos pelo governo democraticamente eleito.
Ele também ressaltou o bom relacionamento com o atual presidente do BC, Campos Neto, e fez um mea culpa por não ter contribuído para uma relação ainda melhor entre a instituição e o governo.
Como novo presidente do BC, Galípolo terá a responsabilidade de conduzir a política monetária em um cenário de inflação controlada, com metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.
Sua missão será conquistar a confiança do mercado financeiro, que receia uma postura mais branda no combate à inflação após a maioria dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) ser indicada por Lula a partir de 2025.