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Julgamento Acusado de matar ator e depois se esconder em MS é julgado em São Paulo Após cinco anos do crime, Paulo Cupertino Matias está sendo julgado em São Paulo. Ele esteve escondido em várias cidades de Mato Grosso do Sul, onde, em uma delas, trabalhava como cuidador de gado. 10 OUT 2024 • POR João Gabriel Vilalba • 17h00
Paulo Cupertino Matias, acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais do jovem, em julho de 2019, em São Paulo   Divulgação/ Polícia Civil de São Paulo

Paulo Cupertino Matias, acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais do jovem, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Silva Miguel, de 52 e 50 anos, respectivamente, em 9 de julho de 2019, começou a ser julgado nesta quinta-feira (10), no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Após o crime, o réu ficou 8 meses escondido em Mato Grosso do Sul, usando um nome falso, até ser preso em 15 de maio de 2022.

Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo, Paulo Cupertino é acusado de matar o ator por não aceitar o relacionamento dele com sua filha, Isabela Tibcherani, que, na época, tinha 18 anos. Atualmente, a jovem deixou de usar o sobrenome do pai.

O ator Rafael Miguel, que atuou em novelas como Chiquititas, e seus pais foram assassinados em 2019 em uma rua próxima ao carro da família, quando deixavam Isabela na casa da mãe, localizada na zona sul de São Paulo.

Logo após o crime, Paulo Cupertino fugiu. Segundo as investigações, ele chegou a se esconder em uma fazenda em Mato Grosso do Sul, onde trabalhou como cuidador de gado. Ele também passou por um abrigo em Rio Brilhante, a 160 quilômetros de Campo Grande, e, quando foi preso, utilizava documentos falsos com o nome de Manoel Machado da Silva.

Paulo Cupertino também morou em Eldorado, a 441 quilômetros de Campo Grande, onde foi reconhecido por uma testemunha enquanto frequentava uma barbearia. Desde então, a polícia não teve mais notícias sobre o seu paradeiro.

Desde então, Paulo Cupertino Matias foi um dos criminosos mais procurados pelas autoridades de São Paulo. Ele foi preso em maio de 2022, quando foi encontrado escondido em um hotel em Interlagos, zona sul da capital paulista.

Como réu no julgamento, Cupertino responde na Justiça por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. Além dele, dois amigos, Eduardo José Machado e Wanderley Antunes Ribeiro, serão julgados no mesmo processo; porém, a dupla responde em liberdade.

Ambos são acusados de favorecimento pessoal, pois ajudaram Paulo Cupertino a fugir e se esconder após os homicídios. Eduardo é dono de uma pizzaria na zona sul, enquanto Wanderley morava em Sorocaba.

De acordo com informações do Portal G1, a previsão é que o júri termine até a próxima sexta-feira (11). Segundo a Justiça, a filha e a ex-mulher de Paulo Cupertino pediram para ser ouvidas de forma virtual, ou seja, sem a necessidade de estarem presentes no plenário.

O pedido chegou a ser recusado pelo juiz, mas foi autorizado que elas prestem depoimento sem a presença do réu.


O crime

Conforme relatos do Portal G1, câmeras de segurança gravaram o momento em que Paulo Cupertino atira em Rafael, João e Miriam em frente à casa onde Isabela morava com a mãe. Após os tiros, Cupertino fugiu do local.

Segundo as investigações, foram sete tiros em Rafael (um na cabeça, um no peito, três nas costas e dois no braço esquerdo). João foi atingido por quatro disparos (um no peito, dois no braço esquerdo e um no braço direito). Miriam acabou baleada duas vezes (uma no peito e outra no ombro).

Após três anos do crime, em maio de 2022, a Polícia Civil encontrou Paulo Matias Cupertino disfarçado, usando uma identidade falsa com outro nome em um hotel de São Paulo.

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