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INCLUSÃO Primeiro torneio de futebol feminino indígena na Capital terá 96 atletas As etnias terena, kadiwéu e guarani-kaiowá participarão da competição organizada pelo Tribunal Regional do Trabalho de MS 18 OUT 2024 • POR Judson Marinho • 09h45
Time feminino de futebol indígena de Campo Grande estreia hoje na competição estadual   Foto: Divulgação/TRT-24

Campo Grande terá a partir de hoje o 1º Torneio de Futebol Feminino Indígena, com a participação de 96 atletas que representam seis municípios de Mato Grosso do Sul.

A abertura e os jogos ocorrerão na Praça Esportiva Elias Gadia, sempre a partir das 17h. Serão três dias de competição, com partidas de manhã e à noite, enquanto o encerramento será no dia 20. Os duelos serão disputados na modalidade de futebol society (futebol de 7).

Seis equipes participam do torneio, cada uma representando um município do Estado. A competição contará com os times de Campo Grande, Bodoquena, Aquidauana, Dourados, Miranda e Sidrolândia.

Os municípios participantes estão divididos em dois grupos com três equipes cada. 

No grupo A estão Campo Grande, Bodoquena e Miranda e no B, Aquidauana, Dourados e Sidrolândia.

Nessa fase de grupos, os primeiros colocados de cada um – a serem definidos após três rodadas de torneio – se enfrentarão na grande final, marcada para este domingo, a partir das 9h45min.

As duas equipes que terminarem a fase de grupos na segunda colocação disputarão o terceiro lugar no mesmo dia da final, às 8h30min.

Hoje, os jogos que dão início à primeira rodada são entre Campo Grande e Bodoquena, às 18h15min, e Aquidauana contra Dourados, a partir das 19h15min.

Ao fim da competição, haverá premiação para as equipes que ficaram em primeiro, segundo e terceiro lugar, além de troféus para as jogadoras destaques do torneio – melhor goleira, artilheira e atleta.

EVENTO

A competição é organizada pela Justiça do Trabalho de Mato Grosso do Sul, com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), conta com a participação de três etnias indígenas de Mato Grosso do Sul: terena, kadiwéu e guarani-kaiowá.

O evento foi viabilizado por meio da destinação de pouco mais de R$ 139 mil, oriundos da atuação do MPT e da Justiça do Trabalho na defesa dos direitos sociais e no enfrentamento a irregularidades trabalhistas.

Segundo o MPT, a iniciativa visa não só incentivar a prática esportiva entre jovens e mulheres indígenas, mas também “dar visibilidade e promover a conscientização sobre temas importantes enfrentados por essas comunidades, como a violência de gênero, a falta de instrumentos para profissionalização, o trabalho inadequado para adolescentes e os direitos das mulheres”.

Além dos jogos esportivos, a programação do evento incluirá um workshop com abordagem de temas como o assédio sob a perspectiva de gênero, o protagonismo da mulher na vida e no trabalho e a aprendizagem profissional. 

“A ação contempla atividades interativas e pretende estimular a solidariedade entre as comunidades indígenas, destacando suas realidades e suas necessidades”, acrescentou o MPT.

O Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT-24) vem organizando competições de futebol indígena masculino desde 2022. O Torneio de Futebol dos Jovens das Comunidades Indígenas, já em sua segunda edição, teve a equipe de Aquidauana campeã no evento do ano passado.

TAÇA POVOS INDÍGENAS

Uma competição de âmbito nacional que também incentiva o esporte indígena foi anunciada em setembro, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A 1ª Taça dos Povos Indígenas ainda fará os sorteios dos grupos para a etapa Centro-Oeste.

Esse evento esportivo, que terá duelos tanto no masculino quanto no feminino, tem data marcada para ocorrer entre os dias 27 e 30 de novembro.

A etapa Centro-Oeste terá como sede o estado de Goiás. Os jogos acontecerão na Aldeia Multiétnica, localizada no município de Alto Paraíso, comunidade em território na Chapada dos Veadeiros.

Nessa primeira etapa, a taça reunirá 12 etnias de estados da Região Centro-Oeste e também do Tocantins, com um total de 600 participantes. Mato Grosso do Sul será representado pelas etnias locais terena, kadiwéu e guarani-kaiowá.

Além da disputa Centro-Oeste, a taça terá outras etapas regionalizadas e que serão realizadas no decorrer do ano que vem.

O primeiro campeonato nacional de futebol indígena contará com a participação de pelo menos 2.400 atletas de 48 etnias de todas as regiões do País.

Saiba

A Sociedade Esportiva Indígena Terena (Seinter), clube da comunidade indígena de Dois Irmãos do Buriti, é o primeiro e único clube indígena que disputa competições profissionais no Estado.

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