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Dados assustadores Setembro marca seca histórica para mais de 40 cidades de MS Apenas três cidades do estado registraram chuvas acima da média. Outras 44 cidades tiveram precipitações abaixo da média, e a tendência é que a situação piore nos próximos três meses 18 OUT 2024 • POR João Gabriel Vilalba • 15h00
Calor extremo e baixa umidade marcam mais uma semana em MS   Foto: Gerson Oliveira

Segundo dados meteorológicos já divulgados pelo Correio do Estado, o ano de 2024 foi o mais quente da história em Mato Grosso do Sul. Preocupados com a elevação extrema das temperaturas, principalmente durante o chamado 'inferno brasileiro', o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) divulgou nesta sexta-feira que 41 cidades do estado registraram chuvas abaixo da média histórica apenas no mês de setembro. Três cidades, entre os 44 municípios restantes, tiveram precipitações acima do esperado.

A seca extrema ocorrida no mês de setembro acendeu o sinal de alerta no município de Rio Verde de Mato Grosso, que registrou apenas 0,8 milímetro de chuva, enquanto a média histórica na cidade é de 56,8 mm. Isso representa um déficit de 99% em relação à precipitação esperada no município.

Outra cidade com registro preocupante foi Porto Murtinho, que teve apenas 2,2 mm de chuva, enquanto a média histórica é de 47,6 mm, acumulando um déficit de 95% em relação ao esperado. Na mesma lista, o município de Nhumirim/Nhecolândia também se destaca, com apenas 2,4 mm de chuva, enquanto a média para este período é de 43,9 mm, representando uma redução de 95%. Outras cidades afetadas incluem Costa Rica, com 95% abaixo da média, e Paranaíba, com 92%.

Segundo os estudos do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), as cidades da região pantaneira também registraram índices assustadoramente baixos de precipitação. Corumbá teve apenas 12 mm de chuva, enquanto a média histórica na Cidade Branca é de 41,6 mm, ficando 71% abaixo do esperado. Aquidauana também apresentou um cenário preocupante, com 18 mm de chuva, muito abaixo da média de 96,7 mm, acumulando um déficit de 81%.

No outro lado extremo da tabela, três cidades registraram média alta de chuvas 

Bataguassu- 115,6 milímetros (27%)  
Angélica- 123 milímetros  (17%) 
Bonito- 89,4 milimetros (8%) 

Clima extremos em MS 

Além das chuvas, outro destaque na tabela meteorologia foram os climas extremos que ocorreram no final do mês de agosto e setembro deste ano

No dia 25 de agosto, o município de Água Clara ganhou destaque nacional como a cidade mais seca do país, com umidade de 43,1%. Já Amambai foi a cidade mais fria do ano, registrando, dez dias depois, no dia 6 de setembro, a temperatura de 6,2°C, com sensação térmica abaixo de zero. 

Falando em clima extremo, em setembro deste ano, Mato Grosso do Sul enfrentou dias de extrema seca, com as cidades de Coxim, Paranaíba e Sonora registrando apenas 7% de umidade relativa do ar.

De acordo com dados do Cemtec, boa parte do estado enfrentou secas consideradas moderadas a graves. A cidade que sofreu a seca mais extrema foi Cassilândia, que perdeu culturas e pastagens e enfrentou escassez de água.


Como está o nível dos rios? 

Segundo dados meteorológicos de monitoramento, os rios do estado registraram, no mês de setembro, níveis mínimos abaixo da média histórica, com destaque para a cidade de Porto Murtinho, que apresentou o menor nível da série histórica. Outros pontos de monitoramento incluíram o Rio Paraguai, nas regiões de Porto Esperança e Ladário, que enfrentaram níveis críticos.


Qual a previsão nos próximos três meses? 

Segundo o Cemtec, os dados meteorológicos climáticos indicam que as chuvas até o final do início de janeiro podem variar entre 500 a 700 milímetros, sendo de 700 a 800 mm na região norte do estado. A probabilidade das chuvas nessa região pode ficar dentro da média histórica do estado. 

Na maior parte do estado, as temperaturas variam entre 24°C e 26°C. Nas regiões oeste, noroeste e norte, as temperaturas podem alcançar entre 26°C e 28°C.

Apesar da expectativa de muita chuva nos próximos três meses, os dados climáticos do Cemtec indicam que a temperatura do ar deve permanecer acima da média, prevendo um trimestre mais quente do que o normal.

Todos os dados citados acima podem ser acompanhados clicando neste link

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