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ARTIGO Caminhos da vida 19 OUT 2024 • POR Venildo Trevizan, Frei • 07h30
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Existem seres humanos marcados pelo desejo de tudo quanto puderem em vista do bem próprio. São seres humanos voltados para algo que possa preencher seus sonhos de grandeza e suas aspirações egoístas. Não se apresenta fácil um plano de vida assim desejado. Mas não se intimidam, por maiores que se apresentem as resistências.

São perseverantes em seus propósitos. Mesmo que os levem a se impor com atitudes um tanto agressivas, enfrentam incansavelmente. O importante são os objetivos a serem alcançados. Não importa o preço, importa o resultado. Não importa o sacrifício, o que importa é sua vitória.

São fatos que marcam profundamente certas personalidades. Que constantemente querem desafiar em si certos gostos pelo diferente, talvez pelo original. Não pensam nas dificuldades a enfrentar. Querem mostrar que são capazes ou imaginam ser. Mas sempre é bom ser batalhador, mesmo que não consiga na totalidade.

Essa maneira de encarar a vida é algo elogiável em uma corajosa decisão. Como vem narrado em uma página de muita sabedoria trazida a nós pelo evangelista Marcos, Mc. 10,42-49. O escritor, que não o conhecerá pessoalmente, o descreve como um sábio que atraía a atenção de todos.

Em uma certa ocasião, encontrava-se pregando e ensinando a esses seus seguidores como era sua missão. Entre os ouvintes havia uma mãe com dois filhos. Estava profundamente atenta a todo o gesto e a toda palavra do Mestre.

Algo incomum aconteceu. Quando tudo parecia levar ao silêncio, do meio da plateia surge essa mulher com os dois filhos e, corajosamente, como faria qualquer mãe tendo filhos necessitados, lança uma confiante interrogação: “Mestre, queremos que atenda um pedido nosso”.

O Mestre, na sua tradicional simplicidade, esbanja sabedoria e conhecimento profundo do assunto em pauta. Escuta o desejo, concordando, talvez, com a situação do desemprego sufocante.

A mulher queria o melhor para seus filhos. Contudo, demonstrou desconhecer o assunto do momento. E o Mestre, com sabedoria, olha para os olhos aflitos e o coração esperançoso e informa que os filhos vão fazer parte do grupo. Vão sofrer perseguições e vão dar a vida pela causa assumida.

Quanto ao cargo ou lugar, já está reservado. Os felizardos serão os pobres em espírito e os ricos em misericórdia. A verdade é essa. Muitos não verão com bons olhos. Muitos serão os que julgarão injusta a atitude. Só Deus saberá onde esteja certo ou errado. Não quer julgamento. Quer misericórdia.

Quanto a nós, vemos os mais diversos e possíveis caminhos. A escolha é muito pessoal. Não importa. Ele ama e ama cada qual, mesmo não lhe agradando, respeita a opção feita e assumida. 

Assim será Deus, que tanto ama a humanidade que chega ao ponto de se apaixonar e enviar seu Filho muito amado para resgatar quem se havia entregado ao pecado. Recuperado e salvo.

Chegou a hora de rever nossas atitudes, nossa maneira de tratar os outros e, especialmente, tratar o próprio Deus. Chegou a hora de reconhecer a pessoa de Deus como quem nos quer felizes e vitoriosos.

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