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ARTIGOS A decisão mais importante 22 OUT 2024 • POR Gab Saab, Neuropsicanalista e especialista em Psicologia Jurídica • 07h45
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Desde criança, a mulher é incentivada a brincar de boneca e casinha, em menção ao cuidado com a família. Os desenhos infantis reafirmam ludicamente o ideal para uma princesa: encontrar o seu príncipe encantado e viver feliz para sempre. 

Quando adultas, a prática é outra. As mulheres comumente estudam, trabalham, escolhem um parceiro, constituem família... E esse é o ponto que pode mudar suas vidas para melhor ou pior.

Por um lado, se a mulher encontra um companheiro emocionalmente maduro e com sabedoria para apoiar e incentivar o seu sucesso pessoal e profissional, entendendo que juntos poderão ir mais longe, há a possibilidade de sucesso pleno em todas as áreas da vida do casal.

Por outro, muitos são emocionalmente imaturos e, culturalmente, agem de forma abusiva quando acreditam ter o domínio do outro. A escolha de um companheiro com essas características pode fazer a vida da mulher andar para trás. Depois do casamento, alguns maridos ainda acreditam que lugar de mulher é na cozinha, pois lá ela será apenas dele e estará a seu serviço. Esse tipo de parceiro não apoia o seu crescimento profissional, uma vez que não aceita a companheira em uma posição de destaque e superior a dele.

Ao puxar o tapete da companheira, o homem faz com que ela assuma a administração do lar e da família, enquanto ele detém posse das finanças, gerando conflitos entre o casal. É uma questão egoica, e a consequência disso pode ser devastadora, porque, atualmente, as mulheres entendem o seu valor e reconhecem o seu potencial. No relacionamento disfuncional, ela se deprime e por vezes adoece, enquanto almeja a separação. E nessa hora o príncipe vira sapo.

A união normalmente é atrelada aos bens do casal, e quando a mulher opta pela liberdade e pelo desenvolvimento profissional a consequência é o divórcio. Esse caminho pode ser árduo, porque um companheiro com essência controladora potencializará seu domínio nessa fase.

Enquanto lutam judicialmente para desfazer a união, dividir bens e acertar questões de filhos, a mulher continuará de alguma forma unida àquele homem, em meio a conflitos, patrimônios bloqueados ou desviados e filhos com desenvolvimento emocional e material comprometido.

O fato é que o casamento é a escolha mais importante da vida da mulher. E essa bifurcação pode levá-la ao sucesso ou ao retrocesso. Hoje, mulheres buscam autonomia para conciliar família e vida social/profissional e alcançar uma carreira bem-sucedida, afinal, lugar de mulher é onde ela quiser.

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