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GASTRONOMIA Brigadeiro belga e de abóbora são pedidas para o Halloween Conheça um pouco da história do docinho de festa, criado no País, que se tornou o item de maior destaque no cardápio das guloseimas do Brasil e aprenda duas receitas infalíveis para agradar a quem você gosta, uma delas inspirada no Dia das Bruxas 26 OUT 2024 • POR Da Redação • 10h00
Brigadeiro de Abóbora  

Quando se fala em brigadeiro, é consenso de que se trata de um dos doces mais emblemáticos e queridos do Brasil, além de ter uma história que se entrelaça com a própria identidade cultural do País. Na aventura do sabor deste fim de semana, você vai conhecer um pouco da história deste campeão de audiência entre as guloseimas brasileiras e, se estiver com disposição para pendurar o avental no pescoço, poderá se surpreender com o resultado das receitas desta página, de tão deliciosas e práticas que são.

Uma delas é o brigadeiro belga assinado pela doceira Talita Barboza. A outra, que foi escolhida no embalo da celebração do Dias das Bruxas, o Halloween, na quinta-feira (31), é uma criação exclusiva de Gabriele Mendes, uma confeiteira de mão-cheia que sabe muito, não somente sobre adoçar paladares, mas também sobre a história das delícias feitas com açúcar. É Gabriele que nos conta um pouco, em primeira pessoa, sobre a trajetória do brigadeiro rumo ao coração – e ao estômago – de milhões de glutões.

“A origem do brigadeiro remonta à década de 1940, em um período de escassez de ingredientes importados, como o chocolate. Naquele tempo, a criatividade dos confeiteiros brasileiros foi posta à prova, levando à invenção de uma receita que utilizava leite condensado, manteiga e chocolate em pó, ingredientes disponíveis e acessíveis no mercado interno”, diz a confeiteira.

Desde aquela época, a iguaria se tornou rapidamente popular em festas, a exemplo das que eram realizadas para a campanha do aviador Eduardo Gomes (1896-1981), candidato à Presidência da República em 1945, que detinha a patente de brigadeiro da Aeronáutica – daí o motivo que levou a sobremesa a ficar conhecida como “o doce do brigadeiro”.

Gomes acabou perdendo a eleição para um militar de outra patente, o general mato-grossense Eurico Gaspar Dutra (1893-1974), mas o saboroso item de campanha do aviador saiu do pleito vitorioso na preferência dos “doçófilos”, conquistando cada vez mais adeptos. Com o passar do tempo, o nome foi abreviado e o doce passou a ser chamado simplesmente de brigadeiro. Além de sua curiosa história, o brigadeiro também se destaca pela versatilidade.

“Originalmente enrolado em pequenas bolinhas e coberto com granulado de chocolate, hoje nós podemos produzi-lo em diversas variações, desde as versões gourmet, com sabores como pistache, morango e limão, para eventos chiques como casamentos, até versões mais simples para festas menores, em sua forma de copinho, ou como recheio para bolo”, conta Gabriele Mendes.

Não faz muito tempo que, aqui, no Correio B, na edição do dia 12 de outubro, foi publicada a receita da versão da iguaria no palito. O brigadeiro, portanto, para muitos confeiteiros, não é apenas um doce, mas uma espécie de matriz para muitas possibilidades. É também um símbolo de festividade, uma expressão de criatividade culinária e, uma vez mais, um pedaço da história cultural do Brasil. De festas infantis a casamentos, de simples reuniões familiares a grandes eventos, o brigadeiro marca presença, reafirmando seu status como um tesouro nacional.

Um tesouro, literalmente, que abre, inclusive, portas para muita gente com vocação ao empreendedorismo, a exemplo da engenheira de produção Talita Barboza, que chegou a manter uma brigaderia em Campo Grande por dois anos, antes de se mudar para o Estados Unidos em 2022. “Tudo começou como uma brincadeira”, diz Talita, que, por ser chamada pelo então noivo, nascido nos EUA, de Miss B, decidiu dar esse nome ao empreendimento.

Seguindo o passo a passo desta página, você verá como é fácil preparar os brigadeiros belgas da Talita com suas próprias mãos. “Considero essa receita, uma das que eu mais vendia, a base para qualquer tipo de brigadeiro. Você pode ser criativo, adicionar vários tipos de coberturas e, dessa maneira, ter diferentes sabores”, instiga a senhorita Brigadeiro.

“Você pode usar o chocolate granulado, preto ou branco, pode usar castanhas de caju com o brigadeiro tradicional e pistache com o brigadeiro branco, além de outras tantas opções existentes no mercado”, desafia. “Uma dica que posso dar é tentar usar uma panela mais grossa na hora de fazer, caso você não tenha uma com fundo triplo, pois, assim, o brigadeiro não queima fácil”, ensina a doceira. Agora ao trabalho e bom apetite.

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