Sem previsão de normalização do seu nível – prognóstico do Serviço Geológico do Brasil aponta que se manterá abaixo de 10 centímetros em dezembro, quando a navegação comercial deveria estar em alta -, o Rio Paraguai dá sinais de sobrevida ao atingir sua vazão e voltar a subir lentamente, em média 1 centímetro por dia. As chuvas na sua bacia se mantêm bem abaixo do normal, principalmente no Alto Paraguai (MT), onde estão as nascentes.
Na semana passada, a bacia registrou um volume de chuvas de 16mm, segundo boletim de avaliação hidrológica do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
“Os rios da região apresentam níveis abaixo do normal para este período do ano, com exceção do Cuiabá e o Aquidauana, que apresentam níveis dentro do esperado. A situação do rio Cuiabá, porém, deve-se à regularização das vazões ocasionada pela operação da UHE Manso”, informa o órgão federal.
Ontem, na régua da Marinha, em Ladário, o Rio Paraguai subiu 2 centímetros (-56cm) em relação a quinta-feira. No dia 17, atingiu o nível mais baixo (-69cm) em 124 anos de monitoramento da bacia.
Em vários trechos o rio expõe bancos de areia e pedras, com riscos à navegação. A Marinha tem orientado os usuários do rio a não navegarem à noite. Em frente ao porto geral de Corumbá o rio recuou mais de 80m de sua margem.
Cargas: sem previsão
Projeções indicam que o acumulado de precipitações desta semana até meados da primeira quinzena de novembro será de 116mm, o que se confirmando dará um maior impulso no nível do Rio Paraguai em Cáceres (MT), Ladário e Porto Murtinho. “Considerando os anos mais críticos do histórico como referência, é provável que Ladário se mantenha abaixo de 10 cm até aproximadamente a primeira quinzena de dezembro”, prenuncia o boletim do SGB.
O cenário é o pior possível para a navegação comercial (transporte de minério de ferro, manganês e grãos), que paralisou suas atividades em fevereiro, quando o rio atingiu a marca inferior a um metro em Ladário, sendo retomada em abril e novamente suspensa em agosto.
Os comboios precisam de um calado de no mínimo 1 metro para movimentar as cargas com volume pela metade da capacidade das barcaças. O retorno da navegação não tem previsão.
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