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sonho americano Lula aponta que vitória de Trump nos EUA seria 'nazismo com outra cara' O presidente brasileiro já elogiou Kamala em outros momentos, mas a declaração de apoio ocorre agora às vésperas da eleição no país, marcada para a próxima terça-feira 2 NOV 2024 • POR Da redação • 07h09
Lula entende que a vitória da atual vice-presidente seja mais segura para a democracia dos EUA e para a democracia mundial  

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (1º) torcer para que a vice-presidente dos Estados Unidos e candidata à Casa Branca, Kamala Harris, ganhe as eleições. Ele criticou ainda o adversário dela, Donald Trump, e falou em "fascismo e nazismo" voltando com "outra cara".

Lula disse que a vitória de Kamala é "mais segura" para a democracia e citou os ataques ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando Trump incitou seus apoiadores a invadir o Congresso no dia que a Casa certificava a vitória de Joe Biden.

O presidente brasileiro já elogiou Kamala em outros momentos, mas a declaração de apoio ocorre agora às vésperas da eleição no país, marcada para a próxima terça-feira (5). A disputa entre a democrata e o republicano está num nível muito acirrado e com desfecho imprevisível.

"Acho que Kamala ganhando as eleições, é muito mais seguro para a gente fortalecer a democracia dos Estados Unidos. Muito mais seguro. Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do mandato, fazendo aquele ataque contra o Capitólio, uma coisa impensável de acontecer nos EUA, que se apresentava ao mundo como modelo de democracia. E esse modelo ruiu", disse, em entrevista à TV francesa, TF1.

"Agora temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos EUA, na Europa, na América Latina, vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara. Como sou amante da democracia, acho coisa mais sagrada que nós humanos conseguimos construir para bem governar o nosso país, obviamente estou torcendo para Kamala ganhar as eleições", completou.

Quando Joe Biden desistiu de ser candidato, em julho, Lula disse que a decisão dele foi pessoal e que vencerá o melhor. O brasileiro afirmou ainda que o Brasil terá relação com quem for eleito.

Lula costuma dizer que evita comentários sobre eleições de outros países, porque não quer interferir. Trump, que é próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já foi criticado em outros momentos pelo petista. Mas nos últimos meses, Lula vinha evitando falas mais contundentes sobre a eleição americana.

Pouco depois de anunciar a desistência, Biden indicou Kamala como sua sucessora na disputa. À época, aliados e conselheiros internacionais Lula esperavam que a saída de Biden mudasse a narrativa até aquele momento favorável a Trump -—que havia sido alvo de um ataque a tiros em um comício.

Pesquisa divulgada na quinta-feira (31) pela TIPP repete o cenário de empate entre os dois candidatos. Ambos estão com 48% das intenções de voto, de acordo com o levantamento.

A série de pesquisas demonstra empate técnico, dentro da margem de erro, há mais de duas semanas. Apesar do cenário acirrado no âmbito nacional, as campanhas se dedicam aos chamados estados-pêndulo, locais que não têm uma preferência tradicional a um ou outro candidato e são os locais de disputa de fato.

(INFORMAÇÕES DA FOLHAPRESS)