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Artigos Um novo aeroporto para Campo Grande Por Ângelo Arruda, arquiteto e urbanista 4 NOV 2024 • POR Ângelo Arruda - arquiteto e urbanista • 07h35
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Se você vai embarcar no aeroporto de Campo Grande, prepare-se para ver feias paisagens por fora e por dentro. A entrada principal é pela área de serviço: ao dobrar à esquerda na saída de Corumbá para acessar o embarque, você verá telhados feios de fibrocimento cobrindo veículos do estacionamento e as torres de combustível que certamente não deveriam estar ali. Ao chegar no setor de embarque, veículos estacionados em 45 graus, não deixam espaço para você descer. Ainda verás o fundo da área com os tanques de combustível do avião.

Para completar, nenhuma beleza paisagística ou urbanística. Nada mesmo. Uma feiura que dói. Nenhuma cena estética. Entrou no edifício você se sentirá dentro de um salão de supermercado. Um conjunto de pilares pintados de preto e pouca comunicação e beleza cênica. A cobertura em telha de aço aparente sem forro mostra o descuido projetual e, acima de tudo, a falta de preocupação com o espaço generoso de um aeroporto. 

Se você chega de avião e desembarca, o cenário é igualmente muito feio e pobre, especialmente de conforto. Uma pista cimentada sem acabamento, sem conforto para todos os passageiros na saída. Uma pena. Esse desconforto deveria ser debatido e divulgado para que a empresa que toma conta dessa unidade tivesse um pouco mais de vontade de colocar esse edifício tão importante para a cidade e para o Estado em condições de beleza, conforto e cenário mundial. 

Em poucos anos, a população de Campo Grande atingirá 1 milhão de habitantes. A capital do Estado vai se juntar a outras 30 metrópoles que têm esse tamanho populacional. Mas esse aeroporto não condiz com a cena cultural, econômica e social de Campo Grande.

Rogo aqui que haja manifestação da população e de setores organizados da economia, especialmente o turismo, que usa esse edifício e paga taxas de embarque, para que o responsável faça uma revolução nesse edifício, transformando-o em um edifício digno de Campo Grande. 

A feiura estética do edifício vista de todos os ângulos é visível. A falta dos fingers, aquela plataforma confortável de desembarque que existe nos grandes aeroportos do País, são urgentes. A remodelação do embarque com cobertura adequada também.

Enfim, tudo ali é urgente. Cabe a você que usa aquele espaço se sentir incomodado como eu fiquei. Capitais do País mudaram muito com novos equipamentos. Recife foi a primeira. Depois Porto Alegre e a última, Florianópolis, cujo aeroporto foi premiado como o melhor do País. E lá moram a metade da população daqui. Fica a dica. O turismo começa pela entrada da cidade.