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EDUCAÇÃO Após eleições, obras em EMEIs voltam a ser pauta na Prefeitura As Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI) dos bairros Popular, Anache e Radialista estão com suas licitações em andamento e devem ter as empresas responsáveis pelas obras anunciadas em breve 4 NOV 2024 • POR Felipe Machado • 10h30
Situação atual da EMEI Jardim Anache   Foto: Eduardo de Almeida

Um dos temas mais debatidos entre os candidatos à Prefeitura de Campo Grande, as obras nas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI) voltou a ser pauta após o término das eleições. Nesta segunda-feira (04), foi publicada a homologação de uma empresa para a prestação do serviço na EMEI do Jardim Anache e outras duas estão em andamento.

Na publicação do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) de hoje, o executivo anunciou que a empresa campo-grandense 3HF Construção e Empreendimentos Ltda venceu a licitação pelo valor de R$ 2.014.105,64, mais de R$ 600 mil de deságio do estimado (R$ 2.650.987,72). Atualmente, a EMEI encontra-se abandonada.

Ainda, há outras duas licitações para obras em EMEIs em andamento. A primeira delas é na EMEI Radialista, do qual também está abandonada. O preço estimado pela prefeitura para a realização do serviço é de R$ 3.564.399,00, mas ainda está sob análise de proposta e documentação das empresas interessadas.

A outra é a EMEI Popular, onde consta na mesma situação da anterior, análise de propostas e documentação dos interessados. O valor total presente nesta licitação é de R$ 2.121.780,01. Ambas estão em situação de abandono e, inclusive, com obras paralisadas há anos.

Em maio deste ano, o Correio do Estado reportou que das 13 construções inacabadas, apenas três foram retomadas, segundo a Prefeitura de Campo Grande, e as demais, estavam em fase de ajustamentos de projeto ou de licitação.

Segundo nota enviada pela prefeitura na época, as Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) dos bairros Jardim São Conrado, Oliveira III e Jardim Inápolis, tiveram suas obras retomadas, sendo a última dessas, em fase final de acabamento, e deve ser entregue nos próximos dias.

Já as Emeis dos bairros Radialista, Talismã, Popular e Anache, a prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), "está finalizando a documentação necessária para encaminhas à licitação. A previsão de encaminhamento é no mês de junho". Portanto, percebeu-se que o encaminhamento das licitações atrasou e foram finalizadas somente em outubro, quatro meses depois do previsto.

Vagas

Em 2023, 9 mil alunos aguardavam na fila de espera de creches em Campo Grande. Este ano, o número diminuiu para 6.919 crianças, segundo documento da Semed.

Enquanto isso, a Secretaria de Estado de Educação (SED) aponta que abriu 38 mil novas vagas no ano passado, em todo o território sul-mato-grossense, tanto para o Ensino Médio quanto principalmente para o Ensino Fundamental (25,4 mil vagas), visando colaborar para que os municípios conseguissem dar uma maior atenção à Educação Infantil. 

Desse total, 6 mil vagas foram abertas pelo Estado em Campo Grande. Ainda assim, o deficit na Educação Infantil só registrou 23% de queda.

Por meio de nota, a Semed comunica que neste ano foram disponibilizadas 6.369 vagas das Emeis e que, ao todo, a Reme atende cerca de 105 mil alunos. Em 2023, esse total era de 108 mil estudantes. 

Já a Prefeitura de Campo Grande anunciou em 2023 que realizaria uma série de investimentos na educação, como a abertura de mais de 6.600 vagas, sendo 5 mil delas somente para a Educação Infantil, a criação de 166 novas salas modulares nas escolas da Capital, entre outras iniciativas. 

No início do ano, o Executivo municipal não tinha conseguido entregar o pacote de ações no prazo, o que, segundo a assessoria da prefeitura, o planejamento das iniciativas foi dividido em etapas que se estenderão ao longo deste ano.

Pesquisa

Dados do Educação Já Municípios, realizado pela ONG Todos Pela Educação, mostram que somente 35% das crianças entre zero e três anos estão matriculados em creches em Campo Grande. A procura por vagas em creches é três vezes maior (94%) em relação à faixa etária de quatro a cinco anos.

Essa porcentagem é menor do que a média nacional (40%) e a encontrada nas capitais brasileiras (38%). Ainda, acerca do considerado "alfabetização adequada" pelo Ministério da Educação, Campo Grande está abaixo das médias, 46% contra 55% dos municípios brasileiros. O estudo apurou que a Capital tem 233 escolas, 113.700 alunos e 6.582 professores.

*Colaborou Ketlen Gomes

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