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SEGURANÇA PÚBLICA Centro é a região urbana mais segura de Campo Grande Roubos e furtos diminuíram em comparação com registros do ano passado, segundo dados da Sejusp obtidos com exclusividade pelo Correio do Estado 7 NOV 2024 • POR Judson Marinho • 09h30
A região Centro de Campo Grande é a mais segura da cidade, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp)   Foto: Gerson Oliveira

O reforço de segurança e vigilância, alinhado com o aumento de operações, fez com que a região Centro de Campo Grande se tornasse a mais segura da Capital.

Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) obtidos com exclusividade pelo Correio do Estado, os roubos na região central diminuíram 43,1% neste ano, em comparação com 2023. 

De janeiro a setembro do ano passado, foram 510 ocorrências de roubos na região Centro e, no mesmo período deste ano, foram 290 registros.
Em relação a furtos, 2.217 casos foram registrados até setembro deste ano, enquanto em 2023 foram 3.027 furtos, uma diminuição de 26,8% no número de casos.

Os dados estatísticos de análise criminal da Sejusp colocam a região Centro como a mais segura de Campo Grande, seguida pelas regiões Prosa e Segredo, que apresentam apenas dois índices negativos.

Conforme informado pela tenente-coronel Katia Santos, comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, localizado no centro de Campo Grande, a Operação Guardião, que foi dividida em quatro fases, resultou em um trabalho de inteligência na região central que contribuiu para a redução dos índices criminais.

“Conforme ocorrem os registros e as chamadas no 190, aquele local é mapeado e intensificamos o policiamento ali. A semana é sempre iniciada baseada no mapeamento de toda a área do 1º Batalhão”, frisou a tenente-coronel Katia.

Iniciada em janeiro, a Operação Guardião está em sua quarta fase, que engloba os últimos três meses do ano, e tem por objetivo intensificar o policiamento, com o apoio de outros batalhões, criando uma força-tarefa para evitar furtos e roubos na área central, bem como reduzir a criminalidade e violência.

A tenente-coronel também enfatizou que a permanência de rondas na região Centro da Polícia Militar ajuda a realizar um trabalho preventivo, garantindo a sensação de segurança e inibindo a realização de crimes.

O monitoramento da região com câmeras de vigilância, instaladas nas ruas do Centro, também contribuiu para a PM obter o máximo de provas e registros de crimes.

Conforme os dados da Sejusp, os índices de criminalidade que ainda seguem negativos na região Centro são: homicídio culposo no trânsito, com 10 casos neste ano, e roubo em residência, com 8 ocorrências. 

RUA 14 DE JULHO

Mesmo com o grande fluxo de pessoas durante os dias de atividades noturnas em bares e restaurantes na Rua 14 de Julho, as estatísticas demonstram que os casos de roubos e furtos na região Centro não aumentaram.

O trabalho de prevenção da Polícia Militar no local para evitar crimes e o uso de som alto nos estabelecimentos vem sendo realizado e foi redobrado nos últimos dias.

De acordo com a tenente-coronel Katia Santos, o principal motivo das rondas noturnas frequentes da PM na Rua 14 de Julho se dá por conta de reclamações dos moradores da região, que acionam a corporação policial, por meio do 190, a fim de denunciar o som alto nos estabelecimentos.

A PM realizou, no sábado, uma operação especial denominada Guardião 4. Conforme informações do 1º Batalhão da Polícia Militar, as equipes de radiopatrulha, motopatrulhamento e força tática do batalhão, com o apoio do Choque e do helicóptero da PM, realizaram esta ação.

Foram abordadas 409 pessoas no Centro, e 8 delas foram conduzidas à delegacia, 3 tiveram seus veículos abordados e 1 mandado de prisão foi cumprido.

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Audiência pública realizada na sexta-feira, na Câmara Municipal de Campo Grande, propôs o cadastramento dos ambulantes que atuam no recém-criado Corredor Cultural da Rua 14 de Julho.

Comerciantes locais questionaram a concorrência na audiência, porque, segundo eles, seria desigual, já que os vendedores não pagam impostos e, por isso, não precisam aumentar o preço de suas mercadorias.

Em pronunciamento na audiência, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Adelaido Vila, disse que é preciso dar condições aos ambulantes para que eles, futuramente, tenham seus próprios negócios.

O fechamento da Rua 14 de Julho também foi discutido durante a audiência. Segundo a secretária municipal de Cultura e Turismo, Mara Gurgel, foi um pedido dos comerciantes. 

A prefeitura percebeu que, sem a interdição, é necessário garantir mais estrutura para que haja segurança dos frequentadores do local.

“A população quis que continuasse o fechamento da Rua 14 de Julho, mas temos de ser responsáveis. Percebemos que o fechamento triplicou [o número de frequentadores], ou até mais que isso, um público que a gente não seguraria”, disse. 
“Essa demanda que foi muito grande acabou atrapalhando os comerciantes e a prefeitura, o impacto foi muito forte, pois precisávamos de uma estrutura muito maior”, finalizou.

Saiba

Com a formação de novos soldados no fim deste ano, o 1º Batalhão de Polícia Militar, localizado no Centro, deverá utilizar quatro ou cinco vezes mais viaturas, em comparação a janeiro.

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