Logo Correio do Estado

Operação Miragem Estelionatários usam nome de rede de supermercado para aplicar série de golpes em MS Policiais encontraram 459 sacos de produto subtraído em duas conveniências de grande porte no centro de Campo Grande e em uma chiparia no bairro Guanandi 7 NOV 2024 • POR Naiara Camargo • 12h00
POlícia Civil deflagra a "Operação Miragem"   DIVULGAÇÃO/PCMS

Integrantes de organização criminosa, responsável por aplicar golpes em diversas empresas de Mato Grosso do Sul, foram presos durante a “Operação Miragem”, deflagrada pela Polícia Civil.

De acordo com a PCMS, os criminosos falsificavam mecanismos utilizados no comércio para averiguação da autenticidade do cliente através de documentações, e-mails e sites fraudados, levando a vítima a acreditar na fidedignidade da empresa, sendo por esse motivo autorizada a venda, sendo que o golpe se revelava só após a não compensação dos boletos.

As investigações começaram em 22 de outubro, quando proprietário de uma grande metalúrgica de Campo Grande registrou boletim de ocorrência afirmando ter sido vítima de estelionato em que os indivíduos, se passando por representantes de uma rede de supermercados, adquiriram uma carga em tubos de aço avaliada em cerca de R$ 90 mil.

Com isso, a 3ªDP analisou o fato, notando que tratava-se de um grupo de extrema organização.

Foi verificada, ainda, a existência de outras empresas vítimas do mesmo golpe praticado pela mesma organização criminosa. O prejuízo, até o momento, ainda é incalculável.

Em 25 de outubro, A.B.G e L.E.S.F foram presos em flagrante, sendo que A.B.G seria o responsável pelo logística de pagamentos do grupo e L.E.S.F com a função de efetivar estes pagamentos.

Em um distrito próximo a Aquidauana, os policiais identificaram um suposto receptador das cargas de aço, onde há uma carga de ferro, objeto de um estelionato praticado pelo grupo no município de Três Lagoas, em 15 de outubro.

Houve subtração de R$120.000,00 em telhas e R$183.000,00 em perfil metálico, sendo parte localizada sem utilização ainda em uma obra de condomínio fechado no município.

De acordo com a PCMS, os investigadores realizaram incursão nas redondezas, localizando o proprietário do empreendimento, o qual foi preso em flagrante por receptação qualificada.

Em Ponta Porã, houve outra vítima que havia vendido 24.000 kg de fécula, avaliada em R$ 74.000,00, sendo que os criminosos induziram a vítima ao erro mais uma vez.

Em Campo Grande, policiais encontraram 459 sacos do produto subtraído em duas conveniências de grande porte no centro de Campo Grande e em uma chiparia no bairro Guanandi, momento em que dois empresários foram presos.

Eles poderão responder por receptação qualificada, com pena de até 8 anos de reclusão.

De acordo com a delegada titular da 3ª Delegacia de Polícia Civil, Priscilla Anuda, “a prática do crime apenas é possível pela existência de empresários e comerciantes que adquirem essas mercadorias em valores abaixo de mercado, ignorando e sem se importar com a procedência das mercadorias, fomentando sobremaneira a prática criminosa em nosso estado e país”.

As investigações prosseguirão, com o objetivo de identificar outras vítimas, recuperar os objetos subtraídos e localizar os demais envolvidos na Organização Criminosa.

ESTELIONATO

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, estelionato é o crime virtual mais recorrente do Estado em 2023.

De janeiro a junho deste ano, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sejusp), 38,08% dos casos registrados se tratam de estelionato, seguido por preservação de direito 11,04%, e de fraude eletrônica 9,39% das ocorrências.

Conforme informado pela Sejusp, em 2022, foram registrados 1.801 crimes em Mato Grosso do Sul entre os delitos mais praticados na internet.

De acordo com as informações foram registrados 1.197 crimes no interior e 604 crimes cometidos virtualmente na Capital.