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Desaparecido Devendo para agiotas, suplente de vereador some em Campo Grande Sem notícias desde sábado (09), a esposa relatou que Ronaldo Cardoso teria sido ameaçado de morte por uma dívida adquirida com agiotas 11 NOV 2024 • POR Laura Brasil • 21h00
  Reprodução Redes Sociais

Ronaldo Cardoso, de 45 anos, que está desaparecido desde sábado (09), suplente de vereador pelo Podemos, pode ter contraído dívidas com um agiota.

O boletim de ocorrência foi registrado nesta segunda-feira (11) na 4ª Delegacia de Polícia de Campo Grande como desaparecimento de pessoa.

A reportagem do Correio do Estado conversou com a esposa de Ronaldo, a servidora pública Susi Adriana Martins, de 50 anos, que contou ter tido conhecimento pela sogra de que ele havia feito empréstimo com agiotas.

“A mãe dele falou para mim que ele estava devendo a umas pessoas e que esse pessoal estava ameaçando ele. Eu cheguei a perguntar isso e ele negou. Aí, a mãe dele, depois que ele sumiu, falou que era verdade sim, que o povo tinha ligado para ela de número privado, falando que ia matar ele”, disse a esposa de Ronaldo.

O casal reside no bairro Paraíso do Lageado, e está casado há 4 anos. Segundo Susi, o esposo nunca saiu de casa ou passou a noite fora, por isso ela acredita que ele esteja preso em algum lugar.

Ela relatou que, na sexta-feira (08), Ronaldo, que antes de disputar uma vaga na Câmara Municipal de Campo Grande trabalhava como gerente de casa noturna, disse que pela manhã iria para uma reunião de trabalho.

“Ele disse que tinha que estar lá às 8h da manhã porque ele tinha que fazer uma tratativa com uma pessoa da Funsat”, relatou Susi.

Embora tivesse que estar no suposto local da reunião às 8h da manhã, ela se recorda que ele saiu de casa nesse horário. A última imagem que teve do marido foi dele saindo da residência.

Por volta das 9h15, a servidora pública relatou que estava no salão de beleza e recebeu uma mensagem de áudio no WhatsApp, enviada por Ronaldo, de visualização única, mas, devido ao barulho, não conseguiu escutar do que se tratava.

“Como estava no salão, não consegui ouvir por conta do barulho. Aí, quando fechou, sumiu a mensagem. Quando cheguei em casa, liguei para ele, e o celular deu como desligado.”

Susi ainda enviou mensagens ao marido, mas elas não foram entregues. No dia seguinte, no domingo (10), telefonou para o homem da Funsat que o marido disse que encontraria, mas ele negou qualquer reunião marcada entre os dois.

Reprodução TSE

Comportamento equilibrado

“Ele nunca ficou muito tempo fora de casa, nunca dormiu fora de casa. Depois da meia-noite, ele não sai.”

Susi contou que não sabe se o carro que Ronaldo Cardoso foi visto saindo de frente de casa trata-se de um motorista de aplicativo, pois ele teria dito "que os meninos passariam para pegá-lo".

Antes de sair, ele disse à esposa: “Já vou, que eles estão aí na frente. Só que não sei se é carro de aplicativo, não sei o que é aquele carro.”

Sem contato

Após sair de casa, Ronaldo não telefonou para os pais, os filhos ou para ninguém com quem Susi tenha conversado. Ele, de acordo com o que Susi relatou, estaria em tratativas para conseguir um cargo relacionado à política.

Apelo

A esposa pede que, caso o carro no vídeo que o marido tenha saído seja de um motorista de aplicativo, ele procure a polícia para contar onde deixou Ronaldo.

Além disso, segundo ela, os dois promovem trabalho comunitário no bairro - o Centro de Apoio aos Bairros (CAB MS). Por esse motivo e pela campanha, Ronaldo é muito conhecido na capital.

“A gente trabalha ali fazendo ação social, ajudando o próximo, então o Ronaldo é bem conhecido também. Eu tô achando estranho ele ter saído e mais ninguém viu. Em lugar nenhum. Ele é conhecido fora do bairro também, por conta da campanha, dos vídeos, das redes sociais, de tudo. E ninguém sabe dele”, disse Susi, e completou:

“Não sei se alguém pode ter chamado ele e falado assim, ‘Ah, vem aqui para a gente negociar’. Ele pode estar sequestrado em algum lugar ou eles podem ter feito até coisa pior. Não sei, não sei mais o que pensar.”

O fato de ninguém ter visto Ronaldo depois que ele deixou a residência a deixou consternada. Conforme Susi, o próximo procedimento será tomado pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios (DHPP), que investiga casos de pessoas desaparecidas.

Caso tenha visto Ronaldo Cardoso, ligue para a polícia pelo número 190.

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