Municípios de Mato Grosso do Sul amanheceram essa terça-feira (12) na mira da Polícia Federal, como alvos da Operação Pó de Serra, que busca desarticular uma "quadrilha de casais", suspeita de traficar toneladas de drogas tendo o interior do Estado como rota principal.
Segundo a Polícia Federal, os mandados judiciais expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra/PR - 36 de Busca e Apreensão e 27 de Prisão Preventiva -, foram cumpridos em:
- Umuarama/PR,
- Guaíra/PR,
- Maringá/PR,
- Rolândia/PR,
- Amambai/MS,
- Naviraí/MS e
- Mundo Novo/MS.
Organização criminosa que, conforme investigações, costumeiramente homens e mulheres para simular um casal no transporte de drogas, com a ideia de não levantar suspeitas durante abordagens policiais, estima-se que cerca de 20 toneladas de substâncias tenham sido traficadas por esse grupo desde 2020.
Além dos mandados, foi determinado sequestro de bens móveis e imóveis da quadrilha, com intuito de "descapitalizar" a organização, bem como o bloqueio de contas vinculadas a 31 investigados, no valor de até R$389 milhões.
Entenda o esquema
Através dos trabalhos conjuntos das forças brasileiras com o chamado Grupo de Investigações Sensíveis (GISE), da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD/PY), foi possível desenhar a rota que a dita "Orcrim" usava em suas atuações.
Os carregamentos, conforme apurações policiais, aconteciam em solo paraguaio, descendo de Pedro Juan Caballero através de uma rodovia brasileira que corta as cidades de Amambai, Tacuru e Sete Quedas.
O objetivo era cair novamente em território paraguaio, na região de Katueté, para dali decidir se: seguiriam rumo a Guaíra ou partiriam para Foz do Iguaçu/PR.
Conforme a polícia, o destino final era fazer com que essas substâncias chegassem até:
- Umuarama,
- Maringá,
- Curitiba,
- Balneário Camboriú,
- Itajaí e
- Joinville.
Os trabalhos investigativos começaram a partir de 2023, quando no fim do ano passado um casal com 53 kg de cocaína foi flagrado em Guaíra, com destino a Umuarama.
Pelo menos 11 flagrantes, de tráficos em geral, foram vinculados no inquérito policial como ligados às práticas dessa organização criminosa em específico.
Ou seja, ainda que as apreensões sejam de aproximadamente 1 tonelada de cocaína, a polícia estima que mais de vinte tenham passado pelo trecho no período dos últimos quatro anos.
Como os alvos incorrendo nos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e participação em Organização Criminosa, as penas máximas dos envolvidos podem somar mais de 55 anos de prisão.
A PF complementa que, como alguns dos alvos já foram identificados no país vizinho, no Paraguai, cerca de 11 mandados de prisão preventiva foram colocados no sistema de Difusão Vermelha na Interpol.