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PARA 2025 Prefeitura garante incentivos e retomada das obras da UFN3 Novo chefe do Executivo de Três Lagoas disse que a doação de área está entre as prioridades 18 NOV 2024 • POR Evelyn Thamaris • 08h30
Retomada da UFN3 pode custar R$ 3,5 bilhões   Divulgação

Em reunião com a Petrobras, a prefeitura de Três Lagoas reafirmou o seu compromisso com a retomada da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3). Conforme o Correio do Estado apurou, o foco do Executivo municipal é a criação de um projeto de lei que prevê a doação de uma área que já havia retornado às posses da prefeitura e a concessão de outros incentivos fiscais.

A medida que figura entre as prioridades do novo prefeito da cidade visa garantir o início das obras de reestruturação da unidade prevista para o primeiro semestre de 2025.

Na semana passada, representantes da Petrobras realizaram uma reunião com o atual prefeito de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro, e também com Cassiano Maia, futuro chefe do Executivo municipal. O encontro ocorreu após o conselho administrativo da Petrobras aprovar a retomada da conclusão da planta de fertilizantes, que teve suas obras iniciadas em 2011.

Ao Correio do Estado, Maia revelou que uma das necessidades que a Petrobras tem para que o processo possa ter continuidade é a questão da redução de tributos.

“Incentivos como a redução de impostos, tanto alíquotas do governo estadual quanto do municipal”, ressaltou o atual presidente da Câmara Municipal de Três Lagoas, acrescentando que os detalhes ainda serão alinhados.

Maia explicou que há também a demanda em relação ao projeto de lei de doação da área da UFN3. “Em função do tempo [de paralisação], aquela área já foi devolvida para o município de Três Lagoas. Então, eles precisam que essa área seja novamente doada”, disse.

Maia reforçou que os envolvidos estão com o mesmo pensamento de realmente colaborar e facilitar o processo de retomada da UFN3. “O prefeito Ângelo Guerreiro está revendo e reestruturando as taxas de incentivos fiscais, e eu ainda enquanto representante da Câmara não vejo obstáculo em votar o projeto de lei de doação da área novamente, nos mesmos moldes. Tenho a certeza de que eles também vêm fazendo as tratativas com o governo do Estado, para que as pessoas consigam realmente fazer isso da maneira mais rápida”, esclareceu.

Quanto ao futuro da UFN3, o futuro prefeito garantiu acreditar firmemente no novo formato apresentado, que em 2025 a novela finalmente terá um fim e que as obras serão reiniciadas. “Quando você tem esse compromisso de aprovação do conselho e de colocação e aprovação no Orçamento para o ano, então a gente vê que realmente dessa vez o início das obras deverá ocorrer”, conclui Maia. Na reunião, a Petrobras reiterou o potencial do projeto para o desenvolvimento econômico de Três Lagoas e região.

RETOMADA

Como publicado pelo Correio do Estado no mês passado, a aprovação da retomada da obra ocorreu oficialmente em 26 de outubro, data em que o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o retorno das obras da UFN3. A empresa já provisionou R$ 3,5 bilhões e agora vai a mercado em busca de um parceiro.

A expectativa é de que, na fase de construção, a obra deverá empregar 8 mil pessoas, enquanto na fase de operação serão 600 trabalhadores, entre empregados da Petrobras e terceirizados.

O cronograma de obras da empresa tem como prioridade inicial a busca de parceiros no mercado até o primeiro semestre de 2025. Os R$ 3,5 bilhões aprovados pela Petrobras significam o provisionamento do valor para que a estatal vá a mercado em busca de contratar parceiros para a conclusão da obra.

A planta de fertilizantes já conta com R$ 3,9 bilhões investidos no empreendimento, paralisada em 2014 com 80% do total concluído. Esse número, porém, poderá mudar, pois essa interrupção da obra demandará retrabalhos em sua estrutura.

Com a decisão do conselho, a Petrobras vai a mercado esperando propostas firmes de empresas interessadas na conclusão e na atratividade do investimento.
A planta será autossuficiente em energia elétrica e demandará, quando pronta, 2,2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Como está na rota do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), a expectativa é de que a matéria-prima venha dessas jazidas.

Segundo a petrolífera, a decisão de continuidade foi fundamentada em uma reavaliação do projeto, a qual, à luz das premissas do Plano Estratégico 2024-2028, teve sua atratividade econômica confirmada para essa fase.“A autorização final ainda será submetida à aprovação pelas autoridades competentes 
da Petrobras, o que permitirá a assinatura dos contratos para retomada das obras”, informou a estatal.

Inicialmente, o plano era de que as obras fossem finalizadas até 2026, antes do fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), porém, considerando que o período de construção deverá ser de 12 meses a 18 meses, o prazo já começa a ficar apertado. A previsão de início de operação é 2028.

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